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Roupa curta e comportamento motivam estupro para 26%

Pesquisa divulgada pelo Ipea apresenta opiniões referentes a violência de gênero

27 mar 2014 - 15h46
(atualizado em 4/4/2014 às 17h06)
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O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgou nesta quinta-feira uma nova edição do Sistema de Indicadores de Percepção Social sobre tolerância social à violência contra as mulheres. O estudo aponta que o brasileiro médio se posiciona majoritariamente pela punição de agressores, mas vê naturalidade nas afirmações que indicam uma tolerância maior com a violência de gênero.

Um percentual expressivo de 26% concordou totalmente ou parcialmente com a frase "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". Já 58,5% concordam com a afirmação “Se mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”. 

A pesquisa conclui que, por trás dessas afirmações, “está a noção de que os homens não conseguem controlar seus apetites sexuais; então as mulheres, que os provocam, é que deveriam saber se comportar, não os estupradores”. 

Apresentados à frase O que acontece com o casal em casa não interessa aos outros, 13,1% dos entrevistados discordaram totalmente, 5,9% discordaram parcialmente, 1,9% ficou neutro (não concordou nem discordou), 31,5% concordaram parcialmente e 47,2% concordaram totalmente. Diante da sentença Em briga de marido e mulher, não se mete a colher, 11,1% discordaram totalmente, 5,3% discordaram parcialmente, 1,4% ficaram neutros, 23,5% concordaram parcialmente e 58,4% concordaram totalmente.

Quase 4 mil pessoas foram ouvidas

O estudo do Ipea conclui, com base em outros indicadores verificados, uma tendência de ordenamento patriarcal, isto é, baseada no poder masculino, e heteronormativo, o que significa que a norma é a heterossexualidade. Chama atenção na pesquisa o fato de 63,8% dos entrevistados considerarem os homens como a cabeça do lar, além da reprodução da ideia de que “toda mulher sonha em se casar” (verdade para 78,7%) e que “uma mulher só se sente realizada quando tem filhos” (59,5% concordam com a afirmação). 

A pesquisa ouviu 3.810 pessoas em todas as regiões do País. O estudo completo faz recorte regional, de gênero, de religião, além de idade, escolaridade e renda.

Fonte: Terra
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