RS: após semana de cheias, temporal causa novas destruições
Três pessoas morreram durante vendaval que chegou a atingir 134 km/h
O Rio Grande do Sul amanheceu em meio a um cenário de guerra. Após sofrer com a ação de dois temporais no espaço de tempo de poucas horas na terça-feira (14), o Estado que ainda contabilizava os estragos causados pelas cheias dos últimos dias terá de lidar com uma situação ainda mais grave. Pelo menos três pessoas morreram, dezenas se feriram e milhares ficaram desabrigadas após um vendaval que chegou a 134 km/h na cidade de Santa Maria.
Porto Alegre e a região metropolitana estão entre os pontos mais afetados. Onze pessoas se feriram após a quadra da escola Imperadores do Samba desabar durante um ensaio para o carnaval que era realizado no espaço. Um homem morreu após cair em um riacho e ser levado pelas águas na capital e, em Rio Pardo, uma mãe e o filho de três anos também foram vitimadas quando uma árvore caiu sobre a casa em que viviam.
Ainda em Porto Alegre, seis das 19 casas de bombas da prefeitura queimaram e diversas ruas alagaram em virtude da falta de drenagem da água. A prefeitura pediu que a população economizasse água, uma vez que os problemas técnicos no setor também afetam a distribuição e tratamento da água na cidade. Dezenas de árvores foram arrancadas pelo vento durante a noite pelo vento que chegou a 116 km/h na região metropolitana. Os trens urbanos que ligam a Capital a cinco cidades não estão chegando à região central de Porto Alegre por alagamentos na linha.
Na região metropolitana, pelo menos 700 casas foram foram destelhadas em Sapucaia do Sul, incluindo o hospital do município. Pacientes tiveram de ser transferidos após o teto de uma ala desabar. Em Bagé e Alegrete, na fronteira, os corpos de dois homens desaparecidos ainda na semana passada foram encontrados em rios da região também nesta segunda-feira. O jornal Correio do Povo, mais antigo em circulação no Estado, teve a impressão e circulação prejudicadas em virtude de problemas no parque gráfico do periódico. Diversos voos com destino ao aeroporto Salgado Filho precisaram arremeter e pousar em Florianópolis e Criciúma.
Aproximadamente 325 mil pontos estão ainda sem energia no estado, o que equivale a quase um milhão de gaúchos às escuras. As concessionárias alertam que esse número pode ser maior, uma vez que os dados referentes ao abastecimento ainda estão sendo contabilizados. Até agora, um decreto de emergência coletivo contemplando 26 cidades atingidas ainda na semana passada foi encaminhado pelo governo do estado e reconhecido por Brasília.