RS: mercados são orientados a não vender leite sob suspeita
A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) está orientando os associados a "interromper imediatamente" a comercialização do leite das indústrias Pavlat e Hollmann. As marcas estão envolvidas na nova fase da Operação Leite Compensado deflagrada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. Ambas são suspeitas de vender leite adulterado ou fora dos padrões sanitários.
De acordo com nota divulgada pela Agas, a medida é preventiva. A associação diz que acompanha as investigações e, enquanto houver dúvidas sobre quais são os lotes adulterados, recomenda que os supermercados retirem as marcas das gôndolas e cessem a comercialização.
A Agas garante que, mesmo após a retirada destas marcas dos pontos de venda, "os consumidores não enfrentarão dificuldades no abastecimento de leite". Segundo a associação, as duas marcas investigadas representam apenas 3% da venda.
A Operação Leite Compensado começou em maio do ano passado, com base em investigações iniciadas em janeiro de 2013. Nesta quinta-feira, foi deflagrada a quinta fase da operação. De acordo com o Ministério Público, cerca de 1 milhão de litros de leite adulterado foram colocados à venda pelas duas marcas.
Em resposta às acusações, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento colocou as empresas Pavlat e Hollmann sob Regime Especial de Fiscalização (REF). As ações de inspeção nas empresas serão intensificadas e nenhum produto será liberado para comercialização até que os resultados de análises oficiais de cada lote produzido demonstrem estar em conformidade com os padrões. Somente então, o lote poderá ser vendido. Em caso de nova fraude, as empresas ficam obrigadas a incluir análises específicas dentro do programa de controle de qualidade.
Em nota enviada a Agência Brasil nesta quinta-feira à noite, a Inovare Beneficiadora de Alimentos, detentora da marca Pavlat, diz que "que mantém estreito acompanhamento dos fatos que resultaram na expedição do mandato de prisão contra um de seus diretores", e que, "sem o conhecimento da denúncia formal por parte de seus advogados, a empresa aguarda para apresentar sua defesa".
A empresa acrescenta que enviou ofício ao Ministério da Agricultura com os documentos pedidos e com laudos de análise das contraprovas que apontaram resultados "dentro dos padrões estabelecidos". "Essa diferença de resultados nos laudos pode estar relacionada com a estocagem do produto em centro de distribuição ou no ponto de venda", destacou a nota. Em relação ao recall, a Inovare informou que os lotes estavam fora de circulação porque o prazo de validade havia expirado.
A Agência Brasil tentou novamente ouvir os representantes da Hollmann por meio dos telefones informados no site da empresa, mas não conseguiu contato.