Saiba os detalhes da delação de Élcio de Queiroz sobre o dia da morte de Marielle Franco
Colaboração premiada com PF e MP do RJ levou à operação que prendeu nesta segunda-feira o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel
O ex-PM Élcio de Queiroz fez um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Em sua colaboração, ele forneceu detalhes sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Élcio encontra-se detido desde 2019, assim como o ex-policial Ronnie Lessa. Ambos serão submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri, mas a data ainda não foi estabelecida.
Por meio de sua delação, Élcio mencionou a participação de outro envolvido, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, e detalhou a dinâmica do crime.
Em documento obtido pela GloboNews, Élcio detalha para a polícia os eventos ocorridos no dia da morte de Marielle Franco.
Veja abaixo os principais pontos que ajudam a compreender o depoimento do ex-PM:
Planejamento
Conforme o depoimento de Élcio, Ronnie Lessa teria revelado a ele que há tempos estava determinado a assassinar Marielle Franco. Com esse fim, eles monitoravam a rotina da vereadora, buscando uma oportunidade propícia para cometer o crime.
A investigação policial apontara que mais de um mês antes do assassinato o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, detido na operação realizada nesta segunda-feira, 24, e Ronnie foram vistos juntos no mesmo veículo utilizado no crime.
Emboscada
No dia do assassinato, Élcio e Ronnie tinham conhecimento de que Marielle estava presente no evento intitulado "Mulheres negras movendo estruturas", que estava ocorrendo na região da Lapa. Eles teriam decididos que esse era o momento propício para a execução do crime.
Ronnie e Élcio seguiram o carro de Marielle, que estava sendo conduzido por Anderson. Ronnie posicionou-se no banco de trás do veículo, de onde efetuaria os disparos.
Dia do crime
Os 2 suspeitos seguiram o carro, aguardando uma oportunidade para efetuar os disparos e em seguida, fugir. Élcio revelou que Ronnie estava no banco de trás do veículo, pronto para realizar os disparos.
Por volta das 21h30, Anderson, que estava ao volante, reduziu a velocidade para realizar uma manobra e entrar na rua João Paulo I, nesse exato momento, Ronnie efetuou os disparos.
Casa da mãe de Lessa
Após o crime, eles se dirigiram à residência da mãe de Ronnie Lessa, localizada no bairro Meier. Posteriormente, utilizaram um táxi para ir para a região da Barra da Tijuca.
A polícia confirmou que o irmão de Lessa foi o responsável por solicitar o serviço na cooperativa de táxi, aproximadamente às 21h48, cerca de 18 minutos após o ocorrido do crime.
Na Barra da Tijuca, eles se encontraram com Maxwell, com quem discutiram sobre o crime ao longo da madrugada. Nesse momento, o caso já havia sido noticiado pela imprensa.
Desmanche do carro
Conforme revelado na delação de Élcio, no dia seguinte ao crime, ele e Ronnie Lessa encontraram-se com Maxwell no bairro do Méier para se desfazer do veículo utilizado no crime.
Maxwell, então, alterou a placa do carro e o conduziu até Rocha Miranda, onde seria descartado por uma quarta pessoa identificada como Edmilson Barbosa dos Santos, conhecido como "Orelha".