'Se errou, terá de pagar', diz Bolsonaro sobre Flávio
Senador eleito realizou movimentações financeiras suspeitas
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (23) que seu filho Flávio, deputado estadual e senador eleito, terá de "pagar" caso seja comprovado que ele cometeu alguma irregularidade.
O primogênito do mandatário vem sendo questionado por conta de movimentações financeiras suspeitas e das relações de seu ex-assessor Fabrício Queiroz com milicianos.
"Se por algum motivo ele errou e ficar provado, eu lamento como pai, mas ele terá de pagar o preço por essas ações que não podemos aceitar", disse Bolsonaro em entrevista à agência "Bloomberg". O presidente está em Davos para o Fórum Econômico Mundial.
O Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) identificou 48 depósitos de R$ 2 mil em dinheiro vivo nas contas de Flávio entre junho e julho de 2017. O senador eleito diz que o montante é fruto da venda de um apartamento no Rio de Janeiro.
Além disso, Queiroz, que foi seu assessor na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), movimentou R$ 7 milhões em três anos, valor incompatível com seu salário. O motorista, que até hoje não explicou as transações ao Ministério Público, disse na TV que ganhou dinheiro vendendo carros.
Flávio também empregou em seu gabinete a esposa e a mãe do ex-capitão da Polícia Militar Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe da milícia da favela Rio das Pedras, no Rio, e suspeito de integrar o "Escritório do Crime", quadrilha que estaria envolvida na morte da vereadora Marielle Franco.
Segundo o filho de Bolsonaro, as nomeações foram indicações de Queiroz.