Sem acordo, trabalhadores dos Correios podem entrar em greve amanhã
Os trabalhadores dos Correios ligados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) fazem, nesta noite, assembleias em 30 sindicatos para decidir se entram em greve a partir desta quarta-feira. Na tarde de hoje, eles rejeitaram a proposta da direção da empresa, em audiência de dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A secretária-geral da Fentect, Anaí Caproni, espera a adesão de cerca de 80 mil trabalhadores à paralisação nacional. "Precisamos esperar as assembleias, mas há indicação de que a greve vai ser deflagrada", disse. Os trabalhadores estão em greve em alguns Estados desde a quarta passada.
A proposta da empresa, que já foi já aceita pelos sindicatos de Rio de Janeiro, São Paulo, Bauru (SP) e Rondônia, prevê reajuste de 8% nos salários, e 6,27% a mais nos benefícios. Os Correios também oferecem o pagamento de um vale extra de R$ 650 em dezembro e vale-cultura dentro das regras do programa do governo federal.
Para os trabalhadores, a oferta é insuficiente. "A proposta dos Correios está muito aquém do pedido pelos trabalhadores", diz Anaí. Segundo ela, a greve será por tempo indeterminado, até a empresa apresentar uma oferta satisfatória.
A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Correios (Findect), outra entidade que representa os trabalhadores dos Correios, não compareceu à audiência no TST e encaminhou petição informando que os sindicatos filiados a ela já haviam celebrado acordo com a empresa estatal.
De acordo com a direção dos Correios, 98,73% dos empregados (122.889) compareceram normalmente ao trabalho nesta terça-feira, apesar da paralisação mantida por seis sindicatos (Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Tocantins, São José dos Campos e Vale do Paraíba).