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Sob ataque de rivais, Haddad mantém versão paz e amor e diz que não vai "bater-boca" na campanha

13 set 2018 - 02h11
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Um dia depois de ter sido formalizado como candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad já começou a ser alvo de ataques rivais, mas o ex-prefeito de São Paulo deve adotar, nessa campanha, a versão 'paz e amor' do PT e não pretende responder.

Haddad é cercado por simpatizantes em Curitiba
 11/9/2018   REUTERS/Rodolfo Buhrer
Haddad é cercado por simpatizantes em Curitiba 11/9/2018 REUTERS/Rodolfo Buhrer
Foto: Reuters

Em seu primeiro evento público como candidato - um encontro na capital paulista com estudantes que foram beneficiados por programas educacionais como o ProUni - Haddad foi perguntado como se sentia agora como "vidraça".

"Eu sou vidraça há 18 anos", desconversou. "Nosso programa é o melhor. Nós não vamos ficar batendo boca. Vamos confrontar propostas".

Nesta quarta-feira, o candidato do PDT, Ciro Gomes, disse que Haddad seria um "presidente por procuração" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que o país não aguentará "outra Dilma", referindo-se à ex-presidente, cria política de Lula. Marina Silva, da Rede, também comparou Haddad a Dilma e disse que votar em um "indicado" pode levar o Brasil ao fundo do poço.

O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, também mirou sua artilharia contra Haddad, afirmando que o petista terá de explicar na campanha os 13 milhões de desempregados que, segundo o tucano, são uma herança do PT no poder.

Ciro, Marina e Alckmin estão tecnicamente empatados com Haddad em segundo lugar na preferência do eleitorado, de acordo com pesquisas do Ibope e Datafolha divulgadas nesta semana.

"Ele não vai responder. A campanha é propositiva, não vamos entrar em bate-boca", disse à Reuters uma fonte ligada à campanha.

A postura, que combina com o perfil mais tranquilo do candidato, também visa um possível segundo turno, em que um candidato de centro-esquerda pode vir a ter de enfrentar Jair Bolsonaro. Se essa for a realidade, diz a fonte, é preciso espaço para uma conciliação.

A estratégia 'paz e amor' foi adotada por Lula na eleição de 2002, quando elegeu-se pela primeira vez ao Palácio do Planalto.

ESTUDANTES

Confirmado apenas na última terça-feira como candidato, Haddad marcou seu primeiro evento com um grupo em que se sente à vontade: dezenas de estudantes universitários que foram beneficiados pelo Programa Universidade para Todos, planejado por Haddad quando era secretário-executivo do Ministério da Educação.

Por mais de duas horas, Haddad e sua candidata a vice, Manuela D'Ávila, ouviram depoimentos emocionados de jovens formados pelo programa.

À vontade na conversa com universitários, Haddad pôs em prática o professor, usou linguagem descolada, contou histórias, lembrou a criação do ProUni e fez rir.

"Não sei se vocês perceberam que eles estão nervosos. Nós estamos aqui em um ambiente gostoso, só coisa para cima, só amor. E eles estão nervosos. O que aconteceu? Um vice assumir uma cabeça de chapa? Eles estão nervosos porque sabem que esse é um projeto coletivo".

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