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Sócio de laboratório envolvido em casos de infecção por HIV tem uma segunda empresa que manteve contrato com governo do RJ

Quântica Serviços de Radiologia foi contratada entre 2021 e 2022 sem licitação

13 out 2024 - 08h19
(atualizado às 09h04)
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PCS Lab Saleme é investigada pelo caso de seis pacientes de transplantes que foram contaminados com HIV após receberem órgãos infectados.
PCS Lab Saleme é investigada pelo caso de seis pacientes de transplantes que foram contaminados com HIV após receberem órgãos infectados.
Foto: Agência Brasil

Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, sócio-diretor do laboratório PCS Lab Saleme --investigado pela contaminação de pelo menos seis pessoas por HIV, após receberem órgãos transplantados--, tem mais uma empresa que manteve contratos com a rede de saúde do Rio de Janeiro.

Segundo o jornal O Globo, a Quântica Serviços de Radiologia, de Vieira, foi contratada entre 2021 e 2022 por mais de R$ 8 milhões pela Organização Social (OS) Instituto de Psicologia Clínica Educacional e Profissional (IPCEP), que administrava o Hospital estadual Getúlio Vargas e a UPA da Penha. 

A contratação da empresa de radiologia via OSs foi feita sem licitação, sob o argumento de que o serviço foi terceirizado pelo IPCEP, e o contrato é assinado pelo próprio Vieira. A empresa foi contratada para realizar serviços de exames de raio-x, tomografia computadorizada e ultrassonografia nas duas unidades.

Vieira, que já foi empregado da Fundação Saúde, empresa pública ligada à Secretaria de Estado de Saúde, é primo do deputado federal e ex-secretário de Saúde do Rio, Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior, conhecido como Doutor Luizinho (PP).

Luizinho assumiu a Secretaria de Estado de Saúde em janeiro de 2023 e seguiu no cargo até setembro do mesmo ano, quando foi exonerado. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) investiga se houve irregularidades na contratação do laboratório PCS Lab Saleme, que ocorreu quando o parlamentar ainda era secretário.

Contaminação

A empresa é investigada pelo caso de seis pacientes de transplantes que foram contaminados com HIV após receberem órgãos infectados com o vírus. A PCS Lab Saleme atuava com o governo a partir de uma licitação de R$ 11,4 milhões e tinha outros dois contratos de prestação que não passaram pelo trâmite. Os três contratos, assinados em 2023, somam mais de R$ 17,5 milhões.

Segundo o governo, o erro ocorreu em exames de sangue realizados pelo laboratório. Segundo o MP, a investigação abarcará a análise do dano pelo serviço não prestado adequadamente e possíveis irregularidades na licitação, em decorrência dos vínculos mencionados. O MP-RJ ressalta que o procedimento está sob sigilo, em razão do envolvimento de dados sensíveis dos pacientes.

Os sócios administradores da Patologia Clínica Doutor Saleme Ltda, em Nova Iguaçu (RJ), são três, segundo informações compiladas no CruzaGrafos: Marcia Nunes Vieira, Walter Vieira e Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira. Walter é casado com a tia de Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior, o Doutor Luizinho. Já Matheus é primo dele – e é a pessoa que assinou os contratos com o governo do Rio de Janeiro, se descrevendo como "sócio-diretor".

Em nota à imprensa, o Doutor Luizinho afirma conhecer o Laboratório Saleme há mais de 30 anos. Ele cita que a empresa era dirigida pelo Dr Montano e, depois, passou a Walter Vieira e suas irmãs.

“Lamento veementemente o ocorrido, desejando ao fim das investigações punição exemplar para os responsáveis por esses gravíssimos casos de infecção. Enquanto Secretário de Estado de Saúde, mantive a equipe do Programa Estadual de Transplantes da gestão anterior e jamais participei da contratação deste ou de qualquer outro Laboratório.”, complementou, frisando esperar pela punição dos responsáveis, “independente de quem for”.

Fonte: Redação Terra
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