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SP: Justiça decide soltar policial que matou ambulante

Para a juíza, o soldado tem residência fixa na capital e ocupação e não tem maus antecedentes, podendo responder ao crime em liberdade

22 set 2014 - 20h19
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O soldado da Polícia Militar Henrique Dias Bueno de Araújo, 31 anos, preso em flagrante na noite de quinta-feira por ser o autor do disparo que matou o vendedor ambulante Carlos Augusto Muniz Braga, 30 anos, na Lapa, zona oeste de São Paulo, foi solto no final da tarde desta segunda-feira após uma decisão da Justiça que revogou sua prisão.

Foto: André Lucas / Futura Press

A Polícia Militar não soube informar o horário em que Araújo foi solto, mas confirmou que ele já deixou o presídio militar Romão Gomes. A revogação da prisão preventiva de Araújo foi determinada pela juíza Eliana Cassales Tosi de Mello, da 5ª Vara do Júri. Para a juíza, o soldado tem residência fixa na capital e ocupação e não tem maus antecedentes, podendo responder ao crime em liberdade. No entanto, Araújo não poderá deixar a cidade sem comunicar o fato antecipadamente à Justiça.

Segundo boletim de ocorrência, policiais militares estiveram na região da Lapa na última quinta-feira para uma ação de fiscalização e apreensão de DVDs que eram comercializados de forma ilegal. O boletim policial informa que, durante a apreensão, os policias foram desacatados por vendedores ambulantes, que teriam se unido para jogar objetos contra os PMs. Os policiais, então, “revidaram com gás pimenta”.

Vídeos gravados por meio de aparelhos celulares por pessoas que testemunharam o fato e que foram divulgados na internet mostraram o momento em que o policial Araújo segura um spray com gás de pimenta na mão esquerda e uma arma na mão direita. Araújo, com mais dois policiais, tentavam prender um outro ambulante quando Braga tentou tomar o spray com gás de pimenta que estava com o soldado. Araújo então disparou contra o vendedor, acertando-o na cabeça. Braga foi socorrido ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu. Logo depois da morte do camelô, houve um protesto no local.

De acordo com o boletim, o policial militar agiu com “dolo eventual, assumindo o risco de matar” e, por isso, foi autuado em flagrante. Já o policial alega que o tiro foi acidental.

O caso está sendo apurado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e pela Corregedoria da Polícia Militar. A arma do policial, uma pistola .40, foi apreendida.

Esta é a segunda vez em que o soldado é investigado por morte de civis durante uma abordagem policial. Em março deste ano, ele respondeu pela morte de um morador de rua, na Vila Leopoldina, também na zona oeste da capital paulista. 

Agência Brasil Agência Brasil
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