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STF manda investigar Bolsonaro por vazar inquérito sigiloso da PF

Moraes acatou notícia-crime na investigação das fake news

12 ago 2021 - 19h13
(atualizado às 19h46)
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acolheu nesta quinta-feira (12) a notícia-crime do Tribunal Superior Eleitoral contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo vazamento de dados sigilosos de um inquérito da Polícia Federal (PF).

Protesto realizado por apoiadores de Bolsonaro em Brasília
Protesto realizado por apoiadores de Bolsonaro em Brasília
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Na semana passada, o chefe de Estado divulgou em suas redes sociais a íntegra de um inquérito da PF que analisa o suposto ataque hacker ao sistema interno do TSE em 2018 e que, segundo o próprio tribunal eleitoral, não representou nenhum risco às eleições.

O ato, porém, fez o TSE apresentar uma notícia-crime na última segunda-feira (9). O documento foi assinado por todos os ministros do tribunal e afirma que os dados divulgados "deveriam ser de acesso restrito" e podem prejudicar a realização e apuração do novo pleito.

A suspeita é de que o delegado teria levantado o sigilo de forma indevida e compartilhado as informações com Bolsonaro e o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR).

Desta forma, Moraes determinou a abertura de um inquérito contra o líder brasileiro e definiu que Barros e o delegado da PF responsável pelas investigações, cuja identidade não foi revelada, devem prestar depoimentos. A decisão, no entanto, não prevê depoimento de Bolsonaro.

Além disso, o ministro pediu o afastamento do delegado da PF e a remoção dos links disponibilizados por Bolsonaro com a íntegra do inquérito.

"Os elementos comprobatórios da existência de informações sigilosas ou reservadas pertinentes aos sistemas informáticos do TSE nos autos do mencionado inquérito policial foram devidamente destacados nesta notícia-crime, a evidenciar claramente que os dados jamais poderiam ser divulgados sem a devida autorização judicial", diz a decisão.

Moraes ressalta que não há justificativa para que houvesse uma publicidade da apuração. "No entanto, sem a existência de qualquer justa causa, o sigilo dos autos foi levantado e teve o seu conteúdo parcialmente divulgado pelo Presidente da República, em entrevista conjunta com o deputado Felipe Barros, no intuito de tentar demonstrar a existência de fraudes nas eleições e ratificar suas declarações anteriores, objeto da primeira notitia-criminis".

A notícia-crime será apurada no inquérito das fake news, que investiga a propagação de conteúdo falso na internet e ameaças a ministros do Supremo.

Ansa - Brasil
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