STF obriga governo a adotar medidas de proteção a indígenas
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou nesta quarta-feira liminar que obriga o governo Jair Bolsonaro a adotar uma série de medidas de contenção do avanço da pandemia do novo coronavírus nas aldeias indígenas.
A maioria dos ministros que votaram seguiu o voto do relator da ação, Luís Roberto Barroso, que havia determinado que a União formulasse em um prazo de 30 dias um plano de enfrentamento da covid-19 para os indígenas.
Barroso também tinha determinado que o governo elaborasse políticas para criar barreiras sanitárias, realize uma contenção e isolamento de invasores em terras indígenas, além de instalar uma sala de situação para o combate à pandemia em territórios indígenas.
Ministros aproveitaram o julgamento para fazer críticas à gestão do governo no combate à covid-19.
Somente o ministro Edson Fachin divergiu do entendimento. Ele havia proposto uma atuação até mais dura, uma retirada urgente de invasores das terras indígenas coordenada pelo Executivo Federal.
O processo foi movido pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e seis partidos políticos pedindo medidas legais imediatas pelo risco real de genocídio da população indígena.
Segundo a Apib, 633 índios já morreram de covid-19 no Brasil, com 22.325 casos confirmados até o momento.
Nesta quinta-feira, o cacique Aritana Yawalapiti, de 71 anos, um dos principais líderes indígenas do Alto Xingu, morreu vítima de Covid-19, depois de duas semanas internado em um hospital de Goiânia.