STF proíbe pesca de arrasto no Rio Grande do Sul
A modalidade de pesca é considerada prejudicial ao meio ambiente por retirar do mar parte da biodiversidade marinha
Finalmente o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu validar a lei que proibiu a pesca de arrasto no Rio de Grande do Sul. Segundo especialista, a modalidade de pesca é considerada prejudicial ao meio ambiente por retirar do mar parte da biodiversidade marinha.
O processo chegou a Corte em 2019, após a aprovação de uma norma estadual que vetou esse tipo de pesca na faixa marítima gaúcha. A decisão foi por 9 votos a 1, e assim, os ministros entenderam que a modalidade de pesca pode ser restringida pelo Estado para proteger o meio ambiente. A restrição foi contestada pelo partido PL.
Análise
Ao analisar a questão, prevaleceu o voto da ministra Rosa Weber. Para a ministra, deve ocorrer equilíbrio entre a atividade econômica e a proteção do meio ambiente.
"É de destacar que a elaboração da política ambiental riograndense, pelo governo estadual e a Assembleia Legislativa gaúcha, ocorreu de forma bastante democrática, com amplo incentivo à participação dos setores envolvidos, da indústria da pesca e das comunidades pesqueiras tradicionais do estado, além de apoiar-se em substancioso e fundamentado estudos técnicos", escreveu a ministra.
O único voto divergente foi do ministro Nunes Marques, relator do caso. Para o ministro, vencido na votação, a norma gaúcha invadiu competência da União para legislar sobre o assunto.
"Reputo impertinente concluir pela constitucionalidade dos atos normativos estaduais impugnados. Conferir-lhes consistência com a Constituição Federal, em verdade, traduz-se em negar a competência normativa da União", decidiu o ministro.
O julgamento ocorreu no plenário virtual, modalidade na qual os ministros inserem os votos no sistema e não há deliberação presencial.