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Temer demonstra irritação e se recusa a falar de política em Nova York

19 set 2017 - 21h58
(atualizado às 22h07)
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Longe do Brasil logo depois de ter sido denunciado mais uma vez pela Procuradoria-Geral da República, o presidente Michel Temer demonstrou irritação ao ser questionado sobre assuntos internos do Brasil e, depois de uma breve declaração à imprensa sobre os temas do dia, saiu reclamando de ser perguntado sobre a decisão do STF de não reenviar a segunda denúncia para a PGR, contou à Reuters uma fonte que ouviu o comentário feito longe dos jornalistas.

Presidente Michel Temer
12/09/2017
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Michel Temer 12/09/2017 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Isso não merece uma resposta", reclamou Temer ao sair do local onde os jornalistas o esperavam para uma entrevista.

A assessoria do presidente informou que ele falaria no final do dia, depois da série de encontros bilaterais que ocorreram nesta terça-feira. Mas Temer recusou-se a responder qualquer pergunta, dando apenas uma declaração sobre o "entusiasmo" de empresários norte-americanos com as reformas brasileiras.

Na noite anterior, o presidente comentou sobre o jantar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas quando as perguntas sobre temas internos começaram, também foi embora.

Durante toda a viagem, a determinação do presidente é evitar os espinhosos assuntos internos e limitar o contato com a imprensa aos temas tratados na viagem.

Por pressão de auxiliares próximos, Temer chegou a antecipar sua volta ao Brasil em um dia porque não seria "sensato" permanecer muito tempo fora do Brasil, de acordo com uma fonte que falou com a Reuters em condição de anonimato.

Apesar de evitar temas internos a todo custo, o presidente não escapou de protestos em Nova York. Em frente à missão brasileira e no hotel onde jantou com Trump, Temer foi recepcionado por pequenos grupos de brasileiros que lembravam as denúncias e também o acusavam de "vender a Amazônia".

O presidente foi denunciado na última quinta-feira pela PGR, pelo crime de organização criminosa e obstrução de investigações.

Nesta noite, o ministro Edson Fachin, do STF, negou pedido feito pela defesa do presidente para que a denúncia fosse devolvida à Procuradoria-Geral da República.

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