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"Todo refugiado que queira trabalhar é bem vindo", diz Dilma

26 set 2015 - 12h27
(atualizado às 14h34)
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A presidente Dilma Rousseff disse neste sábado em Nova York que, apesar dos problemas, o Brasil é "um país de refugiados" e está disposto a receber pessoas que fogem de conflitos armados pelo mundo.

"Somos um país continental e todos os refugiados que quiserem vir trabalhar, viver em paz, ajudar a construir o país, criar seus filhos, viver com dignidade, nós estamos de braços abertos", afirmou a presidente após se reunir com os chefes de Estado do G4, bloco formado por Brasil, Índia, Alemanha e Japão.

Em Nova York (EUA) para Assembleia Geral da ONU, Dilma falou sobre crise humanitária na Síria
Em Nova York (EUA) para Assembleia Geral da ONU, Dilma falou sobre crise humanitária na Síria
Foto: (Reuters)

Dilma afirmou que seu pai era um refugiado da 2ª Guerra Mundial e que o Brasil sempre teve uma "relação de abertura". Petar Roussev deixou a Bulgária em 1929 rumo à França. Após passar pela Argentina, ele chegou ao Brasil com o nome Pedro Rousseff.

"Temos nossas dificuldades, mas isso não significa que no nosso país não caibam sempre mais pessoas."

Ela disse que o Brasil possui hoje uma população síria "muito expressiva, que mora, trabalha e cria seus filhos, tem seus parentes e amigos" no país.

Segundo dados do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), órgão ligado ao Ministério da Justiça, 2.077 sírios receberam o status de refugiado entre 2011 e agosto deste ano.

O número é superior ao dos Estados Unidos (1.243) e de países no sul da Europa que estão na rota de refugiados e migrantes que buscam as nações mais desenvolvidas do continente.

Segundo assessores, a situação dos refugiados deverá ser um dos principais temas do discurso que Dilma fará na Assembleia Geral da ONU, na segunda-feira. Ela defenderá que os países recebam os deslocados por guerras com solidariedade e sem xenofobia.

'Reforma'

Dilma disse ainda que a reunião com os demais líderes do G4 reforçou o pleito do grupo por uma reforma do Conselho de Segurança (CS) da ONU.

O grupo foi criado em 2004 para pressionar pela reforma. Todos os seus membros desejam ter um assento permanente no conselho, posição só usufruída hoje por Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã-Bretanha.

As mudanças enfrentam resistências entre os membros permanentes, que relutam em dividir seu poder, e entre países que estão fora do conselho e temem a ascensão de rivais regionais.

A presidente afirmou que a celebração neste ano do 70º aniversário da ONU abre espaço para uma "revisão" do funcionamento do Conselho de Segurança.

Em discurso na abertura de sua reunião no G4, ela disse que desde a criação do grupo, há dez anos, a "realidade internacional passou por profundas mudanças".

Em 1945, disse a presidente, 51 países integravam a Assembleia Geral da ONU, e o Conselho de Segurança tinha 11 membros. Hoje, há 193 Estados na Assembleia e 15 integrantes no Conselho.

"Portanto (houve) uma queda bastante significativa no percentual de representação do conselho vis-à-vis (em relação) à Assembleia Geral."

Um comunicado conjunto aprovado após a reunião diz que os líderes "notaram com preocupação que não tem havido progresso substantivo desde a cúpula mundial de 2005, na qual todos os chefes de Estado e Governo apoiaram por unanimidade uma reforma urgente do Conselho de Segurança como elemento essencial do esforço mais amplo para reformar as Nações Unidas".

Segundo o grupo, "um Conselho de Segurança mais representativo, legítimo e eficaz é mais necessário do que nunca para lidar com os conflitos e crises globais, que têm proliferado nos últimos anos".

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