SP: MPL divulga trajeto de novo protesto e contraria governo
O Movimento Passe Livre divulgou agora há pouco o trajeto de mais um protesto que realizará na tarde desta quinta-feira contra o aumento das tarifas de transporte em São Paulo. Chamada de "5º grande ato contra o aumento", a manifestação percorrerá a partir das 17h as ruas do centro da capital paulista e divulgou o percurso restando duas horas para o início do evento.
Conforme o planejamento do MPL, a concentração do protesto será no terminal parque Dom Pedro, que segundo o próprio grupo, é o "símbolo da nossa humilhação diária". Em seguida, passará pela rua General Carneiro, rua Boa Vista e seguirá para a Secretaria de Transporte, "escritório dos mafiosos". Depois, a passeata irá pela rua Libero Badaró, Viaduto do Chá, Praça Ramos de Azevedo, rua Conselheiro Crispiniano, avenida São João, avenida Ipiranga, avenida Sao Luis, Câmara Municipal de SP, rua Asdrúbal do Nascimento, avenida 23 de maio e termina na Assembléia Legislativa do Estado.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) divulgou nota afirmando que o trajeto, anunciado menos de duas horas antes do início do protesto, não poderá ser realizado. “A manifestação do MPL não será possível, porque há um protesto no Viaduto do Chá, na Câmara Municipal e Av. 23 de Maio dos motoristas de vans escolares”, acrescentou o documento.
A secretaria apresentou outro possível trajeto para a manifestação, consideravelmente mais curto, em que a passeata se encerraria na Praça da República, no centro. “A alteração se faz necessária, uma vez que a Constituição Federal não autoriza que manifestação posterior frustre outra reunião anteriormente convocada para os mesmos locais.”
O local de concentração anunciado pelo MPL também foi alvo de críticas da SSP em outro comunicado, divulgado ontem (20). A secretaria destacou que não permitiria a obstrução da saída de ônibus. Segundo o órgão, a interrupção do tráfego no terminal configura crime tipificado pelo artigo 262 do Código Penal, que penaliza com um a dois anos de prisão que expuser a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento.
Veja na íntegra o comunicado do MPL:
O direito à cidade está posto em xeque. Hoje, transitar por São Paulo é um direito pelo qual cada vez menos pessoas podem pagar. O aumento da tarifa vai excluir mais 400 mil pessoas do sistema de transporte. Sem contar as que já estão excluídas só porque os políticos acham que transporte é uma mercadoria que serve aos lucros dos empresários, e não um direito da população.
A situação está osso! Obras no metrô suspensas, monotrilho na zona leste suspenso, 13.000 cobradoras e cobradores demitidos do ano passado para cá, nova licitação municipal completamente desvantajosa para a população, lotação humilhante nos ônibus, trens, metrôs, atrasos, péssimas condições, falhas sistemáticas que colocam a vida de todas e todos em risco, desvio de dinheiro do transporte na casa dos bilhões.
Sairemos do terminal parque dom Pedro, maior terminal da américa latina, símbolo da nossa humilhação diária, para dar o recado de quem deve mandar no transporte. Nós! Usuárias e usuários. Hoje vamos cobrar quem decide pelo nosso sofrimento! Iremos para a secretaria de transporte, o escritório dos mafiosos do transporte, cobrar a redução imediata da tarifa, para camara dos vereadores de São Paulo denunciar o processo licitatório dos transportes municipais, que perpetua a lógica do transporte mercadoria por pelo menos mais 20 anos! Seguiremos para a assembléia legislativa do estado para denunciar o descaso do estado com o metrô e trens da CPTM, que nos colocam em risco todo dia, travam a cidade com sua ineficiência e ainda geram lucros gigantescos nos esquemas de carteis, e nas linhas privatizadas.
O trajeto hoje vai ser:
Terminal Pq D. Pedro - Rua General Carneiro - Rua Boa Vista - Secretaria de Transporte - Libero Badaró - Viaduto do Chá - Praça Ramos de Azevedo - Rua Conselheiro Crispiniano - Av. São João - Av. Ipiranga - Av. Sao Luis - Camara municipal de SP - R. Asdrúbal do Nascimento - 23 de maio - ALESP
Manifestamos novamente nossa disposição em começar e terminar este ato,a luta não para!
EXIGIMOS A REDUÇÃO DA TARIFA! EXIGIMOS UM TRANSPORTE DE QUALIDADE!
TRANSPORTE É DIREITO! NÃO É MERCADORIA!
Com informações da Agência Brasil