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Trânsito

Rio: MP investiga acordo entre motoristas e empresas

8 mai 2014 - 18h33
(atualizado às 18h50)
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Os rodoviários em greve reivindicam reajuste de 40%, auxílio alimentação de R$ 400 e o fim da dupla função de motorista
Os rodoviários em greve reivindicam reajuste de 40%, auxílio alimentação de R$ 400 e o fim da dupla função de motorista
Foto: Ale Silva / Futura Press

O Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) investiga se o acordo firmado entre o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio (Sintraturb-Rio) e as empresas de ônibus da capital fluminense para reajustar o salário dos rodoviários foi feito de maneira legal. O MPT-RJ se reuniu na tarde desta quinta-feira com representantes do Sintraturb para saber em que condições o entendimento entre trabalhadores e companhias aconteceu e se a categoria foi consultada corretamente sobre as propostas.

A greve dos motoristas e cobradores começou porque os dissidentes da categoria não aceitaram o acordo fechado entre o sindicato e a prefeitura, que definiu aumento de 10% e R$ 140 de cesta básica. Os rodoviários em greve reivindicam reajuste de 40%, auxílio alimentação de R$ 400 e o fim da dupla função de motorista – em muitas linhas, eles exercem também a função de cobrador.

Segundo o MPT, no fim do expediente de quarta-feira, um grupo de 20 rodoviários protocolou no MPT uma pauta de reivindicações trabalhistas e uma solicitação de encontro com um procurador do Trabalho, mas sem um aviso claro de que entrariam em greve ou de quando isso poderia acontecer. O pedido protocolado, de apenas uma página, não estava assinado nem tinha o telefone ou endereço dos rodoviários que solicitavam apoio do MPT. A demanda dos trabalhadores foi distribuída nesta quinta-feira e ficará a cargo do procurador do MPT João Carlos Teixeira.

De acordo com o procurador do Trabalho Carlos Augusto Sampaio Solar, que atua em conjunto com Teixeira, o MPT ainda não teve contato com os grevistas, pois somente esta tarde conseguiu um telefone de um dos líderes do movimento. O MPT espera ser procurado pelos grevistas nesta sexta-feira, já que eles é que protocolaram a solicitação de apoio.

O MPT está solicitando documentos ao Sintraturb. "O sindicato afirmou para nós que as cláusulas da convenção coletiva assinada foram submetidas à assembleia da categoria e foram aprovadas. Eles dizem que a convenção coletiva só foi firmada após a assembleia e que o grupo que está liderando a greve estava na assembleia. Agora temos que ver se houve a convocação dos trabalhadores para a assembleia e como foi a votação", afirmou Carlos Solar.

O MPT pretende procurar a Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus do Rio, depois que conversar com os grevistas. "Se o intuito do grupo que está liderando a greve é realizar uma negociação, o mais natural é que eles procurem o MPT. Esperamos que isso aconteça na sexta", disse o procurador.

Centenas de ônibus são depredados em greve no Rio de Janeiro:

Ao Terra, um dos líderes dos grevistas, Hélio Alfredo Teodoro, disse que os ônibus vão voltar a circular à 0h de sexta-feira e que às 16h os grevistas farão uma passeata da Igreja da Candelária, no centro da cidade, até a sede do MPT. Depois, eles vão conversar com os procuradores sobre a greve.

Frota ainda menor à tarde

O sindicato das empresas de ônibus do Rio, Rio Ônibus, afirmou que no fim da tarde desta quinta-feira o percentual de ônibus circulando foi um pouco menor que o registrado durante a manhã: apenas 24% da frota estavam nas ruas nesta tarde. Pela manhã, eram 28%. 

Durante a tarde, coletivos continuaram sendo depredados e o número de veículos danificados por grevistas era de 467 às 18h. A maioria dos casos acontece na zona oeste, mas também foram registrados atos de vandalismo na Ilha do Governador. Segundo a Rio Ônibus, normalmente 3,8 milhões de passageiros usam ônibus na cidade diariamente.

Também no fim da tarde, os pontos de ônibus voltaram a ficar cheios de passageiros. Isto aconteceu em vias como a Avenida Brasil e a Avenida Marquês de São Vicente, na Gávea, em frente à PUC, segundo a rádio CBN. As estações do metrô também tem movimento grande de passageiros.

Fonte: Terra
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