RJ: pastor se preparava para culto quando ônibus caiu sobre igreja
A queda do ônibus no viaduto Tobogã, em Itaguaí (RJ), na noite de quarta-feira, deixou seis mortos e 34 feridos. Mas segundo o pastor da igreja evangélica sobre a qual o coletivo caiu, o acidente podia ter sido pior. Vivaldo Januário de Souza conta que havia um culto programado para as 19h - menos de uma hora após o acidente.
O ônibus destruiu o muro e parte do teto do templo, que costuma receber cerca de 20 pessoas todas as segundas, quartas e sextas-feiras. "Podia ter sido muito pior. As pessoas costumam chegar para o culto um pouco depois do horário do acidente. Já imaginou o que podia acontecer?", afirmou o pastor.
Vivaldo estava dentro da igreja, no bairro Brisamar, quando o motorista perdeu o controle do ônibus e o veículo caiu do viaduto. Ele teve de retirar destroços da construção e do carro antes de ver o cenário desolador do acidente. "Fiquei apavorado. Não sabia se ajudava as pessoas ou chamava os bombeiros. Foi uma cena terrível", disse ele. O pastor estima que o atendimento demorou cerca de 15 minutos para chegar.
Luiz Pedrosa França Filho, 67 anos, mora ao lado da igreja, no pé do viaduto, e frequenta os cultos. O acidente ocorreu minutos antes de ele sair de casa. "Nunca tinha visto nada parecido, foi a primeira vez que ocorreu um acidente tão grave."
O templo evangélico está no local desde 2010, mas o pastor já planeja uma mudança. "Temos que pensar direitinho no que fazer. Preciso de uma ajuda da empresa do ônibus ou da prefeitura para reconstruir a igreja. Meu prejuízo deve ter sido de uns R$ 5 mil. Não sei se os fiéis vão se sentir seguros agora. Minha mulher não quer mais vir", afirmou Vivaldo.
O local do acidente
Ainda há destroços e restos humanos, além de muitos curiosos, na igreja que foi destruída pela queda do ônibus. Operadores de trânsito da prefeitura e testemunhas estimam que o motorista, que morreu no acidente, estava em alta velocidade. Há uma marca de freios de pelo menos 20 metros no asfalto.
Testemunhas afirmaram que os motoristas costumam aumentar a velocidade para subir o viaduto, que tem uma rampa íngreme. Caso contrário, teriam de reduzir a marcha e perder mais tempo no cruzamento do riacho.