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Trânsito

SP: ciclista que perdeu o braço trafegava pela contramão da ciclofaixa

12 mar 2013 - 13h59
(atualizado às 18h02)
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O motorista que atropelou o ciclista esconde o rosto ao chegar ao 78º DP com o advogado para prestar depoimento
O motorista que atropelou o ciclista esconde o rosto ao chegar ao 78º DP com o advogado para prestar depoimento
Foto: Luiz Claudio Barbosa / Futura Press

Em depoimento prestado nesta terça-feira no Hospital das Clínicas, onde está internado desde o último domingo após ser atropelado na avenida Paulista, o limpador de vidros David Santos Souza confirmou à delegada Priscila de Oliveira Rodrigues que andava de bicicleta na ciclofaixa da via, mas, no momento do acidente, trafegava no sentido contrário ao fluxo de veículos. Na colisão, o ciclista teve o braço amputado pelo Honda Fit dirigido pelo estudante de Psicologia Alex Siwek, 22 anos, que está preso após confessar ter jogado o membro em um córrego próximo à avenida Doutor Ricardo Jafet.

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"O que foi dito hoje e a gente não sabia é que ele (ciclista) vinha no sentido contrário", afirmou a delegada, ao deixar o hospital. Segundo Priscila de Oliveira, David trafegava no sentido Consolação, mas estava na pista sentido Paraíso da ciclofaixa. No momento do acidente, a ciclofaixa da Paulista não estava montada oficialmente, mas já tinha sinalização. Segundo testemunhas, o estudante de Psicologia vinha em alta velocidade e ficava entrando e saindo da faixa reservada às bicicletas, como se estivesse brincando.

De acordo com a delegada, o ciclista afirmou que viu o veículo vindo em alta velocidade contra si, mas alega não se lembrar do momento do impacto. David, que teve o braço amputado pouco abaixo da altura do ombro, disse não saber como o membro foi arrancado na colisão frontal. "Ele está consciente, o quadro dele é estável, mas está bem abatido, mas é normal que ele esteja assim. Ele só lembra do veículo vindo, derrubando três cones, mas do impacto ele não se recorda", disse a delegada.

A delegada já está com o resultado do exame clínico feito no motorista quando ele se entregou à polícia, que pode apontar se havia indícios de ingestão de bebidas alcoólicas. O motorista se recusou a fazer o teste do bafômetro e o exame de sangue, mas, segundo a comanda deixada pelo universitário na casa noturna Josephine, no Itaim Bibi, onde participava de uma festa antes do acidente, Alex consumiu três doses de vodca e um energético.

Segundo a polícia, a médica do Instituto Médico Legal (IML) que fez o exame clínico em Alex afirmou aos policiais que o estudante apresentava sinais de embriaguez, mas em seu laudo assinalou que ele não estava embriagado. Ela deverá ser ouvida para prestar esclarecimentos. O universitário fez o exame no instituto cerca de duas horas e meia depois do acidente. 

O resultado das perícias feitas no local do acidente e na vítima ainda deve demorar, segundo a delegada. "Agora temos que finalizar as investigações e relatar o que foi dito", completou. Priscila de Oliveira afirmou que pretende pedir à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) imagens de câmeras de segurança próximas ao local do acidente, já que as únicas imagens disponibilizadas até o momento não permitiram identificar como foi o atropelamento.

Ciclista perde o braço em acidente

O ciclista David Santos Souza perdeu o braço na madrugada do último domingo após ser atropelado na avenida Paulista, em São Paulo. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o motorista do carro fugiu sem prestar socorro. Posteriormente, Alex Siwek se apresentou voluntariamente.

O Corpo de Bombeiros atendeu à ocorrência às 5h50, e encaminhou a vítima, o limpador de vidros David Santos Souza, 21 anos, ao pronto-socorro do Hospital das Clínicas da capital. O condutor Alex Siwek, 22 anos, foi até uma base da polícia no bairro Saúde por volta das 7h10 e confessou que levou o braço da vítima, que teria caído dentro do carro, quando evadiu do local. Ele se dispôs a refazer o trajeto da Paulista até sua residência, para que os policiais tentassem encontrar o membro, já que havia chance de reimplante. No percurso, porém, o motorista confessou que arremessara o braço em um córrego da avenida Ricardo Jafet.

Alex Siwek deve ser autuado por quatro crimes: tentativa de homicídio com dolo eventual, fuga do local do acidente, embriaguez ao volante e tentativa de fraude processual (por ter descartado o braço da vítima). Testemunhas ouvidas relataram ainda que o condutor dirigia em alta velocidade, cortava o trânsito em um Honda Fit prata e havia ingerido bebidas alcoólicas, o que foi confirmado pelo carona do veículo, em depoimento à polícia. O suspeito fez exames clínicos, mas negou-se a fazer o teste do bafômetro.

De acordo com o subtenente Jaime de Souza Melo, um dos responsáveis pela ocorrência, Siwek estava transtornado ao chegar a um posto policial do bairro Saúde, onde confessou, cerca de uma hora depois do atropelamento, o que havia ocorrido. "Me prende, eu atropelei uma pessoa", dizia ele aos policiais, segundo o oficial. A defesa do estudante alega que ele não prestou socorro à vítima com medo de ser agredido.

Fonte: Terra
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