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Trânsito

SP: investigada falha humana em acidente de trem que matou 8

25 jun 2014 - 16h35
(atualizado às 16h38)
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Laudo técnico da Agência Nacional e Transporte Terrestre (ANTT) leva a Polícia Federal a investigar a possibilidade de uma falha humana ter causado o acidente ferroviário que matou oito pessoas em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. O acidente ocorreu no dia 24 de novembro de 2013.

Cópias do laudo, entregues nesta terça-feira à PF pelo coordenador de fiscalização da agência, Nelson Marino, que prestou depoimento de 3h30 sobre o acidente, aponta que a composição, de 78 vagões, estava em excesso de velocidade, quando dez vagões, com 900 toneladas de milho, saíram dos trilhos, destruíram três casas, danificaram outras três, matando oito pessoas e ferindo outras oito.

“Este laudo indica que pode ter ocorrido falha humana, uma vez que a composição deveria estar em 25 km/h, mas estava em 44 km/h. Ou seja, a composição estava 63% acima da velocidade permitida para o local”, afirmou o delegado José Eduardo Pereira de Paula, que preside o inquérito que apura o acidente.

Segundo ele, “a operadora América Latina Logística (ALL), segundo nos informou a agência, tinha conhecimento dos limites de velocidade estabelecida para o trecho”. Segundo o delegado, a velocidade para traçado ferroviário é de 50 km/h mas em locais de riscos, como em passagens de níveis e dentro de cidades, a ANTT determina velocidades reduzidas para se evitar acidentes.

Deformações nos trilhos

Paula disse que, além do excesso de velocidade, o laudo também aponta que infiltrações de água de chuva teriam ‘empenado’ os trilhos, o que pode ter contribuído para o acidente. “Apuramos que a operadora também tinha conhecimento do problema de infiltração há oito anos e pelo visto não tomou nenhuma medida quanto a isso”, disse. No entanto, segundo o delegado, a falha não seria suficiente para causar o acidente se a composição estivesse no limite de velocidade permitido para o local.

O laudo não confirma as conclusões de outro laudo, do Instituto de Criminalística (IC), da Polícia Civil, que isentou a possibilidade de o acidente ter sido causado por falha humana. “Este laudo da agência difere do laudo do IC, que foi baseado em estudos encomendados pela própria operadora”, disse.

O laudo do IC aponta infiltração de água de chuva e esgoto causaram uma movimentação que rebaixou e deformou os trilhos provocando o acidente. Para o delegado, o problema pode ter contribuído para o acidente, mas não causaria o descarrilamento se a composição estivesse no limite de velocidade.

“A agência é bem clara ao relacionar o acidente com a falha humana”, afirmou o delegado. “E a operadora ALL, segundo nos informou a agência, tinha conhecimento dos limites de velocidade estabelecidos para o trecho”, completou Paula. O delegado agora vai ouvir os representantes da companhia para saber os motivos pelos quais a empresa não teria cumprido as determinações da ANTT. De acordo com o delegado, o inquérito deverá demorar ainda cerca de 90 dias para ser concluído.

"Colapso imprevisível do solo"

Em nota divulgada nesta quarta-feira, a ALL diz que não teve acesso depoimento do técnico e nem ao laudo da ANTT. A concessionária nega que a composição estivesse em excesso de velocidade e que houvesse problemas de segurança no trecho onde o acidente ocorreu.

“A empresa reitera que a composição transitava dentro dos limites de velocidade do trecho e que os estudos realizados pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil e demais Órgãos Técnicos Especializados comprovaram que a causa do descarrilamento não se relacionou à velocidade da composição, e sim a um colapso imprevisível do solo”, diz a nota.

“A concessionária reitera que o trecho onde ocorreu o descarrilamento em novembro de 2013 estava em condições adequadas de manutenção e segurança, apresentando nível superior ao exigido pela Agência Reguladora”. 

Segundo a nota, “todas as intervenções de rotina apontadas nas inspeções regulares realizadas pela ANTT antes do acidente foram oportunamente executadas, conforme rotina de manutenção”. A nota conclui afirmando que a empresa “segue, desde o momento do acidente, prestando toda a assistência às vítimas e suas famílias”.

Velocidade como "fator relevante"

A ANTT também divulgou nota, na qual confirma a entrega do laudo à PF e diz que a “manifestação técnica” da agência não é de que a velocidade seria a principal causa do acidente, mas que a velocidade “é um dos fatores relevantes em qualquer acidente ferroviário”, e que “há possibilidade de que a causa principal tenha outra; ou mesmo que o acidente tenha ocorrido por uma combinação de fatores”.

A nota finaliza: “De qualquer forma, o laudo técnico da Agência fio enviado à Polícia Federal que poderá chegar às suas próprias conclusões, não cabendo mais à ANTT se manifestar sobre o assunto”.

Fonte: Especial para Terra
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