A mãe do ciclista David Santos Souza, 21 anos, que perdeu um braço após ser atropelado na avenida Paulista no último domingo, disse na sexta-feira que perdoa o universitário Alex Kozloff Siwek, 21 anos, preso no mesmo dia do acidente. Mesmo assim, a empresa a empregada doméstica Antonia Ferreira dos Santos, 51 anos, afirmou que ainda não foi procurada pela família do motorista. "Perdoar a gente perdoa. Mas, agora, ele tem de pedir perdão a Deus pelo que fez. O David também falou que o perdoa", contou. As informações foram publicadas no jornal O Estado de S. Paulo.
O ciclista ainda está internado no hospital. De acordo com Antonia, o filho tem assistido à TV, às matérias que passam sobre ele, mas tem conversado pouco. "Quando a gente vai embora do quarto, ele se emociona e chega a chorar", disse. Ela confessa que no começo chegou a sentir raiva do atropelador Siwek, mas que agora passou. "Não consigo dizer o que sinto agora. A única coisa que penso é que ele deveria ter um pouco mais de responsabilidade. Queria que ele pensasse mais e se pusesse no lugar da família com a qual ele fez isso", relatou.
10 de março - Bicicleta foi encontrada na ciclofaixa, segundo a CET
Foto: Fábio Condutta / Terra
10 de março - Vítima foi levada ao pronto socorro do Hospital das Clínicas e está em estado estável
Foto: Fábio Condutta / Terra
10 de março - O motorista Alex Siwek, que atropelou o ciclista, esconde o rosto ao chegar ao 78º DP com o advogado para prestar depoimento
Foto: Luiz Claudio Barbosa / Futura Press
10 de março - Mãe mostra carteira de identidade de David Santos Souza, limpador de vidros de 21 anos que perdeu o braço no acidente
Foto: Daniel Fernandes / Terra
10 de março - Antônia Ferreira dos Santos diz que filho caçula sabe que perdeu o membro superior e está "muito assustado"
Foto: Daniel Fernandes / Terra
10 de março - À tarde, ciclistas se reuniram para protestar em frente ao distrito policial para onde o motorista foi encaminhado
Foto: Daniel Fernandes / Terra
10 de março - À tarde, ciclistas se reuniram para protestar em frente ao distrito policial para onde o motorista foi encaminhado
Foto: Daniel Fernandes / Terra
10 de março - À tarde, ciclistas se reuniram para protestar em frente ao distrito policial para onde o motorista foi encaminhado.
Foto: Oslaim Brito / Futura Press
11 de março - Poste do canteiro central da avenida Paulista amanheceu com cartazes de protesto contra o atropelamento de ciclista
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press
11 de março - Asfalto foi pichado na pista sentido Consolação da avenida Paulista com a pergunta 'você chama isso de fatalidade?', em referência ao atropelamento
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press
11 de março - Na pista sentido Paraíso, manifestantes picharam a frase 'omissão mata'
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press
26 de março - Ciclista abraça Agenor Pereira Junior, 41 anos, que voltava a pé de uma festa na noite do acidente e ajudou a socorrer a vítima
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
26 de março - David se emocionou ao reencontrar Agenor e o técnico de enfermagem Thiago Chagas dos Santos, que prestou os primeiros socorros ao ciclista
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
26 de março - "Se não fosse o Thiago, eu estaria morto", disse o ciclista no reencontro
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
26 de março - O ciclista disse perdoar o atropelador, mas afirmou que espera por justiça
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
26 de março - Jovem ainda se recupera dos ferimentos provocados pelo acidente e concedeu entrevista coletiva
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
26 de março - Ciclista que perdeu o braço após ser atropelado afirmou que pretende fundar uma associação de amparo a vítimas de acidentes de trânsito
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
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O acidente
David ia de bicicleta para o trabalho na madrugada de domingo quando foi atropelado por Alex e teve parte de seu braço amputado. Após o acidente, o universitário fugiu do local sem prestar socorro à vítima, com o braço do limpador de vidros dentro de seu carro. Ele ainda jogou o membro em um córrego próximo à avenida Doutor Ricardo Jafet.
Depois de se entregar à polícia, o estudante se negou a fazer exame de bafômetro, de sangue e urina, e só realizou o exame clínico no Instituto Médico Legal (IML) às 11h21, mais de cinco horas depois do acidente. Testemunhas disseram que Alex apresentava sinais de embriaguez, e que ele dirigia em alta velocidade pela avenida Paulista, cortando os outros veículos, antes de atropelar David.
No exame, já entregue à polícia, a médica afirma que o atropelador apresentava sinais de embriaguez, mas negou que Alex estivesse embriagado. A polícia pretende ouvi-la para esclarecer a situação.
A comanda deixada por Alex na casa noturna Josephine, no Itaim Bibi, onde o jovem esteve na noite do acidente, mostra que ele consumiu três doses de vodca e um energético. A polícia ainda não conseguiu localizar gravações que mostrem o momento do acidente, e ainda está à procura de imagens.