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UFRJ adia início das aulas por atraso em salários

Funcionário terceirizados estão sem receber por atraso nos repasses federais

26 fev 2015 - 17h34
(atualizado às 17h34)
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<p>Aulas do ensino superior na UFRJ só começam em março</p>
Aulas do ensino superior na UFRJ só começam em março
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A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiu adiar para o dia 9 de março o início das aulas para os cursos de ensino superior, devido à paralisação dos prestadores de serviços terceirizados, por falta de pagamento. O calendário do Colégio de Aplicação da universidade também sofreu alterações. As aulas começam nesta quinta-feira (26), para o terceiro ano do ensino médio e a direção prevê que todos os alunos retornem na próxima segunda-feira (2). 

A medida foi tomada para garantir a normalização dos serviços de limpeza na universidade e, de acordo com a UFRJ, não oferecerá prejuízos ao calendário acadêmico deste ano. Os funcionários terceirizados estão sem receber o salário do mês de janeiro. Segundo a assessoria da UFRJ, os pagamentos referentes ao mês de outubro e novembro foram feitos em janeiro e o de dezembro foi efetuado este mês.

O reitor da universidade, Carlos Levi, disse, em nota, que a UFRJ vem enfrentando uma série de dificuldades para honrar os compromissos financeiros. 

“Em virtude do orçamento da União para 2015 não ter sido aprovado, a universidade tem recebido recursos do Governo Federal em parcelas mensais, correspondentes a apenas 1/18 do orçamento proposto para este ano. No ano passado, deixaram de ser repassados à UFRJ quase R$ 60 milhões, cerca de 20% de nosso orçamento. Assim, a reitoria tem mantido contato permanente com o Ministério da Educação (MEC), para garantir a liberação de recursos necessários a nossa universidade”, disse.

De acordo com o reitor, os serviços terceirizados correspondem a cerca da metade do orçamento anual de custeio da universidade. 

“Qualquer alteração nos repasses para as empresas tem impacto imediato e direto sobre a rotina da universidade. Nos últimos dias, parte dos serviços de limpeza foi interrompida e, mesmo após a liberação de recursos pelo MEC, os trabalhos estão sendo retomados gradativamente”, acrescentou.

A estudante de Comunicação Social Júlia Nasra, afirma que a situação da universidade precisa melhorar. “Acho válido esperar uma semana e entrar num ambiente limpo, mas acho péssimo que as pessoas não estejam sendo pagas. É frustrante quando a gente pensa para onde está indo nosso dinheiro. A UFRJ é uma das maiores universidades do País e, se está assim, imagina as outras”, disse. 

Segundo a estudante de filosofia Fabiana Lessa, não é a primeira vez que os terceirizados da universidade recebem salários atrasados.

“Ano passado, eles sofreram com a falta de pagamento, por várias vezes dei R$ 20 para ajudar alguns funcionários que vinham me pedir algum dinheiro, para comprarem comida ou gás de cozinha. É algo que precisa ser resolvido, pois em alguns lugares, como o Centro de Tecnologia, que fica no campus do Fundão, já estão interditando todos os banheiros. Isso, por consequência, torna impossível as atividades da UFRJ. Os dois lados saem perdendo”, ressaltou. 

Os funcionários terceirizados da UFRJ não são os únicos a sofrerem com atrasos no pagamento. Em dezembro, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) teve de antecipar o recesso das aulas, após os funcionários da limpeza, que, sem receber por dois meses, protestaram espalhando lixo em todo o campus, no bairro do Maracanã, zona norte do Rio. 

O reitor da Uerj disse, na época, que uma crise financeira impediu de pagar os gastos com serviços terceirizados, como limpeza e segurança, devido aos "problemas graves com a arrecadação por conta da diminuição dos royalties do petróleo e outras situações", e afirmou que o déficit chega a R$ 23 milhões.

Agência Brasil Agência Brasil
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