Valdemar Costa Neto é preso por porte ilegal de arma e tem outro apreendido em operação da PF
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi preso nesta quinta-feira por flagrante de porte ilegal de arma ao ser alvo de busca e apreensão na qual também foi retida uma porção de ouro em posse dele durante operação da Polícia Federal que investiga tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, informaram três fontes da PF à Reuters.
Bolsonaro, que é filiado ao PL, foi alvo de medidas cautelares e teve seu passaporte apreendido na mesma operação. A prisão de Costa Neto não tem relação com o objeto da investigação da PF, mas foi resultado do flagrante de porte ilegal de arma durante a busca e apreensão em Brasília, segundo as fontes.
Na busca em endereços ligados ao dirigente do partido de Bolsonaro policiais federais também encontraram uma pepita de ouro, em estado bruto, conforme as fontes. Ela foi apreendida e levada para uma perícia preliminar, disseram duas fontes da PF, quando se constatou ser ouro de garimpo, mas ainda sem conclusão sobre sua legalidade. Costa Neto foi autuado por portar o minério sem registro.
O presidente do PL foi levado para a sede da Polícia Federal, em Brasília. A terceira fonte da PF ouvida pela reportagem disse que o dirigente vai passar a noite na custódia da Superintendência Regional da PF em Brasília e deve passar na sexta-feira por uma audiência de custódia, em que um juiz poderá decidir se relaxa sua detenção.
O advogado Fabio Wajngarten, ex-ministro de Bolsonaro e que cuida também da comunicação do PL, usou o X, antigo Twitter, para dar informações envolvendo a apreensão do dirigente partidário.
"O presidente Valdemar presta esclarecimentos referentes à uma pepita de ouro, pesando 39,18 gramas, com 95,26% de grau de pureza, segundo a perícia", disse.
"O valor da grama do ouro de hoje é 325,04 reais, logo a tal pepita vale R$ 12.676,56", acrescentou ele.
As medidas cautelares contra Costa Neto na operação da PF foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga as chamadas milícias digitais.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a Moraes a inclusão de Costa Neto na operação justificando que a PF apurou que os investigados teriam usado o comitê de campanha do PL, em 6 de dezembro do ano passado, para fazer ajustes a uma minuta de cunho golpista.
"A partir desses elementos e de outros coligidos nas investigações, a autoridade policial aponta a existência de indícios de envolvimento do Partido Liberal, por meio de seu represente máximo, Valdemar Costa Neto, no esquema que apura", diz o documento, assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A prisão de Costa Neto ocorre em meio a movimentos no Congresso para tentar limitar a atuação do STF, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendendo a aprovação de projetos que propõem a criação de mandatos para os ministros da corte e a limitação de decisões monocráticas.