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Brasileiras presas na Alemanha relatam rotina de 'tristeza profunda' e 'algemas nos pés'

Jeanne Paollini e Kátyna Baía tiveram as malas trocadas e estão há mais de um mês num presídio de Frankfurt acusadas de tráfico de drogas

11 abr 2023 - 12h47
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Kátyna e a esposa, a veterinária Jeanne Paollin, estão há mais de um mês presas sob a acusação de tráfico internacional de drogas
Kátyna e a esposa, a veterinária Jeanne Paollin, estão há mais de um mês presas sob a acusação de tráfico internacional de drogas
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

As brasileiras presas na Alemanha após terem as etiquetas das malas trocadas por bagagens com droga relatam as dificuldades que enfrentam na prisão. A veterinária Jeanne Paollini e a personal trainer Kátyna Baía, que estão juntas há mais de 17 anos, enviaram áudios e cartas, detalhando como é o dia a dia na cadeia e o momento em que foram presas acusadas de tráfico de drogas.

"Ficamos umas quatro horas algemadas pelos pés e pelas mãos, como criminosas. Fomos obrigadas a entregar todos nossos pertences e os nossos agasalhos. Passamos por revista íntima, fomos humilhadas", escreveu Kátyna na carta, em que a TV Globo teve acesso. 

Jeanne Paollini detalhou como foi a audiência com o juiz e a preocupação por não ter notícias da companheira, Kátyna. "Pela manhã nós fomos para uma audiência com um juiz e sempre algemadas, acorrentadas pelos pés. Eu não tinha contato com a Kátyna e, instantaneamente, o juiz já decretou nossa prisão", contou. 

A Kátyna Baía também desabafou e definiu o que estão vivendo como devastador. "Acordar aqui todos os dias é uma tristeza profunda, é devastador", lamentou. Ela também define o período como uma "batalha diária" já que também está sem acesso aos seus medicamentos. "Eu faço uso de medicamentos contínuo por toda a vida e isso me foi tirado...É uma batalha diária para manter essa saúde", finalizou. 

Entenda o caso 

Jeanne Paollini e Kátyna Baía foram presas no aeroporto de Frankfurt, no dia 5 de março, após terem etiquetas de malas trocadas por bagagens com droga. O casal viajava de Goiânia para passar 20 dias de férias na Europa.  

Segundo a investigação, em uma escala no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, as etiquetas de identificação das bagagens foram trocadas, e colocadas em duas malas com 20 quilos de cocaína cada. A Polícia Federal acredita que as mulheres são inocentes, e afirma que elas foram vítimas de um esquema operado por uma quadrilha em parceria com funcionários terceirizados no aeroporto de Guarulhos.

A quadrilha suspeita  foi presa pela PF na Operação Iraúna. Seis funcionários foram detidos no último dia 4 e uma mulher que presta serviço no aeroporto foi detida no último sábado, 8.

Na semana passada, a Secretaria Nacional de Justiça compartilhou com a Justiça Alemã o inquérito da Polícia Federal com a documentação e os vídeos que comprovam que as etiquetas das malas de Kátyna e Jeanne foram trocadas no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP). Os documentos foram encaminhados com a tradução juramentada, via Ministério da Justiça e Itamaraty.

Fonte: Redação Terra
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