Butantan negocia venda da CoronaVac para outros países
Instituto está em fase de negociação com nações da América do Sul e da África
O Instituto Butantan negocia a venda de doses da vacina contra covid-19 CoronaVac para países da América do Sul e da África, anunciou nesta quarta-feira o presidente da instituição, Dimas Covas.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado, Covas foi indagado como ficaria a fábrica que está sendo construída pelo instituto para a produção 100% nacional da CoronaVac, uma vez que o Ministério da Saúde não firme acordos para comprar mais doses da vacina.
Segundo ele, o Butantan tem outros clientes além do ministério para a CoronaVac, que foi desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e que está sendo envasada no Brasil pelo Butantan.
"O Butantan já tem outros clientes. Tem contrato com os Estados, já em andamento com entrega de doses, e também tratativas com países, aqui da América do Sul e também países da África", disse Covas.
"Ainda hoje (nesta quarta), na manhã de hoje, eu tive uma reunião executiva com o vice-presidente da Sinovac exatamente reforçando o compromisso do Butantan e da Sinovac ajudarem o mundo no combate a essa pandemia", acrescentou.
O Butantan encerrou neste mês o contrato que tinha com o Ministério da Saúde para entrega de 100 milhões de doses da CoronaVac ao Programa Nacional de Imunização (PNI) e iniciou a entrega de doses diretamente a Estados, como Piauí, Pará e Espírito Santo.
Uma fábrica para produção 100% local da vacina está sendo construída na sede do instituto em São Paulo e a expectativa é que ela comece a operar em escala completa no início do ano que vem. Enquanto isso, o Butantan trabalha no envase de doses da vacina com insumos importados da China.
A CoronaVac, que começou a ser aplicada no Brasil em janeiro, tem autorização para uso emergencial dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas o Butantan ainda não enviou ao órgão regulador um pedido de registro definitivo no Brasil para o imunizante.
A Anvisa já alertou que a autorização para uso emergencial vale apenas enquanto vigorar a declaração de calamidade em saúde provocada pela pandemia de Covid-19.