Câmara do Rio adia representação contra vereador youtuber
Colegiado buscará mais provas e voltará a se reunir na semana que vem; Gabriel Monteiro se diz vítima de suposto complô
O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro decidiu recolher mais provas sobre a conduta do vereador Gabriel Monteiro (sem partido), acusado por ex-funcionários de assédio sexual e moral e de estupro por uma mulher. As denúncias foram veiculadas no domingo, 27, pelo 'Fantástico', da TV Globo. O vereador nega as acusações.
Os sete titulares e dois suplentes do conselho se reuniram na tarde desta terça-feira, 29, sob a presidência do vereador Alexandre Isquierdo (DEM). O vereador Chico Alencar (PSOL) propôs a abertura de representação em 48 horas para investigar Gabriel Monteiro pelas denúncias, mas só teve apoio da vereadora Teresa Bergher (Cidadania). Os demais integrantes do colegiado decidiram recolher provas e se reunir novamente daqui a uma semana. Neste novo encontro, decidirão o que fazer.
Monteiro, que normalmente acompanha as sessões virtualmente, esteve na Câmara nesta terça-feira. Tentou participar da reunião do Conselho, mas não foi autorizado. Em entrevista, afirmou ser vítima de um complô de pessoas que querem o destruir.
"Quando a imprensa vai falar que eu desmascarei uma empresa de guincho que ofereceu propina?", questionou o vereador. Ele é ex-policial militar e tem quase 7 milhões de seguidores no Facebook, 6,2 milhões no YouTube e 5 milhões no TikTok.
Monteiro afirmou ainda que ajudou a menina pobre que foi protagonista de um dos vídeos supostamente manipulados que divulgou na internet. Essa peça foi retirada das redes sociais na segunda-feira, 28, pela equipe do vereador. Há suspeitas de que o político teria induzido a criança a falas que fossem favoráveis a ele.
O presidente do Conselho de Ética garantiu que a decisão de esperar uma semana para decidir não significa corporativismo. "Este conselho não age com corporativismo, vide o caso Jairinho", afirmou Isquierdo, referindo-se ao ex-vereador acusado de causar por tortura a morte do enteado, de oito anos. Jairinho, que está preso, teve o mandato cassado pelo Legislativo em 2021.