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Cânabis medicinal pode aumentar riscos cardiovasculares

27 ago 2022 - 17h42
(atualizado às 18h06)
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Estudo dinamarquês apresentado em congresso de cardiologia identifica ligeiro aumento da tendência a transtornos cardiovasculares entre pacientes que consomem cânabis para tratamento de dores crônicas.O consumo medicinal de cânabispara combater a dor crônica possivelmente aumenta o risco de sofrer transtornos cardiovasculares, segundo um estudo coordenado pela médica Nina Nouhravesh, do Hospital Universitário Gentofte, na Dinamarca.

Laboratório tailandês produz remédios à base de cânabis
Laboratório tailandês produz remédios à base de cânabis
Foto: DW / Deutsche Welle

Ao apresentar os resultados no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, que se realiza em Barcelona, ela explicou que a dor crônica é "um problema crescente": desde 2000 aumentou em 10% o número de maiores de 16 anos com a afecção.

"Este estudo investigou os efeitos secundários cardiovasculares da cânabis medicinal, e as arritmias em particular, já que se encontraram anteriormente transtornos cardíacos em utilizadores de cânabis com fim recreativo", explicou Nouhravesh, recordando que em 2018 a Dinamarca aprovou o uso da cânabis medicinal, a título experimental.

A cânabis medicinal vem em formulações diversas, dependendo dos níveis de tetrahidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD). Dronabinol (THC alto), canabinoide (mais THC do que CBD) e canabidiol (CBD alto) podem ser prescritos na Dinamarca. A droga pode ser inalada, comida ou aspergida na boca.

Risco adicional é reduzido

A equipe de Nouhravesh identificou que 4.931 (0,31%) dos 1,6 milhão de pacientes diagnosticados com dor crônica na Dinamarca entre 2018 e 2021 pediram pelo menos uma receita de cânabis. Os participantes da pesquisa, que tiveram acompanhamento de 180 dias, tinham em média 60 anos, e 63% eram mulheres.

Dos que consumiam cânabis medicinal, 17,8% tinha câncer, 17,1% artrites, 14,9% dor nas costas, 9,8% doenças neurológicas, 4,4% dores de cabeça e 3% outros problemas. O risco de sofrer uma arritmia nova foi de 0,86% nos consumidores de cânabis medicinal e de 0,49% nos não consumidores.

"O estudo demonstrou que os consumidores de cânabis medicinal têm 74% mais rico de sofrer transtornos cardíacos em comparação com os não consumidores", apesar de a diferença de risco absoluto ser modesta (1,74 ponto), referiu a responsável pelo estudo.

A especialista sublinhou que uma percentagem dos consumidores de cânabis tomava outros analgésicos, admitindo: "Não podemos descartar que isto possa explicar a maior probabilidade de arritmias."

Especialistas identificam um forte movimento internacional pela legalização da maconha, inclusive na Alemanha. Do contrato de coalizão governamental em Berlim consta: "Introduziremos a distribuição controlada de cânabis a adultos para fins recreativos em estabelecimentos licenciados". Já estão sendo dados os primeiros passos nesse sentido.

av (Lusa,ots)

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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