Carnavalesca da Mocidade, Márcia Lage, morre aos 64 anos no Rio
Artista foi uma das maiores personalidades do carnaval carioca e deixou um legado marcado por criatividade e paixão pela cultura brasileira
A carnavalesca Márcia Lage, conhecida por sua contribuição ao carnaval carioca, morreu neste domingo, 19, no Rio de Janeiro, aos 64 anos. Vítima de leucemia, ela estava à frente dos preparativos para o desfile de 2025 da Mocidade Independente de Padre Miguel, escola pela qual voltou a trabalhar ao lado do marido, Renato Lage, em 2024.
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A Mocidade divulgou uma nota lamentando a perda e informando a suspensão de suas atividades sociais, incluindo o ensaio de rua programado para o dia. “Márcia colocou seu talento a serviço da Mocidade por diversos carnavais. Comunicamos o luto e a interrupção das atividades sociais por tempo indeterminado”, disse a agremiação.
Márcia e Renato Lage marcaram época no carnaval carioca, sendo responsáveis por desfiles marcantes na Mocidade, como os campeões de 1990, 1991 e 1996. O retorno à escola da Zona Oeste trouxe novos planos para o casal, que neste ano levaria à Sapucaí o enredo “Voltando para o futuro – Não há limites para sonhar”, uma reflexão sobre a humanidade e seu papel no futuro do planeta.
Personalidades do mundo do samba e autoridades prestaram homenagem à carnavalesca. Zé Paulo Sierra, intérprete oficial da Mocidade, escreveu: “Seguiremos honrando seu trabalho todos os dias. Que Deus te receba na luz e conforte nossos corações”. Fabíola de Andrade, rainha de bateria, também expressou suas condolências: “Sua luz e legado permanecerão eternamente em nossas memórias”.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, também lamentou a perda. “Márcia Lage foi essencial para o brilho do nosso carnaval, uma artista grandiosa que contribuiu para manter viva a tradição das escolas de samba”, disse em nota.
Lembrada com carinho
Márcia Leal de Souza Lage nasceu em 27 de fevereiro de 1960 e descobriu sua paixão pelo carnaval enquanto estudava na Escola de Belas Artes, onde foi aluna de grandes nomes como Fernando Pamplona e Rosa Magalhães. Iniciou sua carreira no Império Serrano, em 1981, e rapidamente ganhou destaque.
Ao lado de Renato Lage, com quem dividiu vida e carreira, Márcia liderou projetos em escolas como Salgueiro, Portela, Mangueira, Grande Rio e até no carnaval paulistano, com passagens pelo Império de Casa Verde e Vai-Vai. Em 2009, foi campeã no grupo de acesso pela Império Serrano, assinando o desfile sozinha.
Juntos, Márcia e Renato estiveram na Mocidade por 12 carnavais antes de seguir para o Salgueiro, onde se destacaram com enredos memoráveis entre 2003 e 2017. Na Grande Rio, ela assinou os carnavais de 2018 e 2019, enquanto na Portela esteve à frente de três desfiles entre 2020 e 2023.