Caso Vitória: Após confessar, suspeito volta atrás e diz que confessou sob 'coação psicológica'
Mais uma reviravolta no caso da jovem Vitória, após confessar, Maicol volta atrás e diz que confessou sob 'coação psicológica'
O caso Vitória ganhou um novo desdobramento após Maicol Sales dos Santos, suspeito do crime, voltar atrás em sua confissão assinada na madrugada de terça-feira (18). Ele agora nega qualquer envolvimento no assassinato e a defesa alega que a confissão foi obtida sob coação por parte da Polícia Civil. "Ele está sofrendo pressão psicológica aqui e agora, com a transferência dele, a gente vai amenizar isso", afirmou o advogado Flávio Ubirajara. O suspeito foi transferido para o Centro de Detenção Provisória II de Guarulhos, onde permanece isolado dos demais detentos.
Diante dessa reviravolta, a defesa de Maicol protocolou um pedido de habeas corpus e a anulação do depoimento prestado na delegacia de Cajamar, São Paulo. Os advogados alegam que a confissão foi obtida sem a presença de um representante legal e sem o consentimento adequado do acusado. No entanto, o Ministério Público investigou as circunstâncias da confissão e não encontrou indícios de tortura ou maus-tratos. Um promotor de Justiça visitou tanto Maicol quanto outros presos na delegacia e não constatou irregularidades.
A investigação aponta Maicol como principal suspeito devido a evidências materiais e comportamentais. O carro dele foi flagrado circulando na região onde o corpo de Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, foi encontrado no dia 5 de março. Além disso, vestígios de sangue foram identificados tanto no veículo quanto na residência do acusado. Outro fator que levanta suspeitas é o conteúdo do celular de Maicol, que continha diversas fotos da vítima, indicando um possível comportamento obsessivo.
A Polícia Civil também considera a hipótese de um segundo envolvido no crime. Embora Maicol tenha inicialmente assumido a autoria sozinho, imagens de câmeras de segurança registraram um caminhão posicionado próximo à área de mata onde o corpo foi deixado. O veículo, com os faróis acesos, iluminava o local na hora do crime, o que levanta suspeitas sobre um possível facilitador na ocultação do corpo. "Não tem condições de uma pessoa sozinha fazer tudo isso. Colocar o corpo lá, do jeito que é, tem cerca, tem tudo. Como ele ia fazer sozinho?", questionou Carlos Alberto Sousa, pai da vítima.
Fábio Costa, advogado da família, defende a realização de uma reconstituição do crime para esclarecer pontos contraditórios da confissão de Maicol. "Nessa reconstituição, nós podemos ter algumas questões que podem levar sim à participação de outra pessoa", explicou o advogado.