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Cerca de 17 mil colmeias foram perdidas nas enchentes no RS

Em média, cada colmeia tem de 50 mil a 80 mil abelhas

21 jun 2024 - 09h33
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O Rio Grande do Sul enfrenta uma grave crise na apicultura após as enchentes que ocorreram no início de maio, resultando na perda de pelo menos 16,9 mil colmeias. Segundo levantamento realizado pela Federação Agrícola e de Meliponicultura do Rio Grande do Sul, em parceria com o Observatório das Abelhas, Embrapa e o Ministério da Agricultura e Pecuária, a destruição das colmeias afetou principalmente as espécies Apis mellifera e abelhas-sem-ferrão.

Foto: CNA/Wenderson Araujo/Trilux / Porto Alegre 24 horas

Cada colmeia possui entre 50 mil e 80 mil abelhas, e a perda foi registrada em 66 municípios do estado, com Palmares do Sul sendo uma das áreas mais impactadas, contabilizando a destruição de mais de duas mil colmeias. Betina Blochtein, coordenadora executiva do Programa Observatório de Abelhas do Brasil, destacou que as colmeias foram submersas ou arrastadas pela água, resultando na morte das abelhas.

O levantamento considerou apenas as colmeias totalmente perdidas e não incluiu aquelas parcialmente afetadas ou que estão em risco devido à falta de alimentos. No total, o Rio Grande do Sul possui 486 mil colmeias, de acordo com a Associação Brasileira de Estudo das Abelhas.

Além das abelhas monitoradas, a situação pode ser ainda mais grave para as abelhas não sociais, que não foram contabilizadas. Essas espécies são mais frágeis e não possuem reservas de alimento, sendo mais suscetíveis às mudanças climáticas. Blochtein alerta que a morte dessas abelhas é indicativa de um cenário trágico para os polinizadores.

A polinização por abelhas é crucial para a produção agrícola, com 76% das plantas consumidas no Brasil dependendo delas. O Rio Grande do Sul, responsável por 45% da produção de maçãs no país, será particularmente afetado. A polinização não apenas aumenta a produtividade, mas também melhora a qualidade e o valor de mercado dos produtos. A perda de abelhas pode impactar significativamente culturas como maçã e soja, que dependem da polinização para aumentar a produtividade.

Vera Lucia Imperatriz Fonseca, pesquisadora da USP e referência em abelhas nativas, destaca que as mudanças climáticas estão se intensificando e que é necessário que a agricultura e o mercado se preparem para enfrentar esses desafios contínuos. "A mudança climática está andando e não vai mudar. Ela vai aumentar, não vai diminuir. Não tem volta para esse assunto", afirma.

*Com a informação Agência Brasil

Porto Alegre 24 horas
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