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Cacique indígena não xingou Lula durante discurso no Museu Nacional; vídeo foi editado

NA REALIDADE, YAKUY TUPINAMBÁ CHAMOU PRESIDENTE DE 'FILHO DA LINDU', MÃE DO PETISTA

18 set 2024 - 10h35
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O que estão compartilhado: vídeo alega que a indígena Yakuy Tupinambá xingou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "filho da p*" durante discurso em evento no Museu Nacional, no Rio.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O vídeo do discurso foi editado para adicionar o som de uma sirene depois que Yakuy fala "filho da..."; o objetivo é fazer parecer que a líder indígena xingou o presidente. Na realidade, Yakuy se referiu a Lula como "Luiz, filho da Lindu", em referência a Eurídice Ferreira de Mello, mãe do petista. No YouTube, é possível assistir ao discurso completo, sem edições.

Saiba mais: No dia 12 de setembro, Lula e a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, participaram de um evento no Museu Nacional para apresentar um manto tupinambá de mais de 300 anos, que é considerado como sagrado pela comunidade. A cerimônia reuniu mais de 200 indígenas.

O manto é feito de penas vermelhas de guarás e foi levado para a Europa para o Museu Nacional da Dinamarca (Nationalmuseet) em 1689. Recentemente, o governo da Dinamarca devolveu o item, como parte da reposição dos artefatos perdidos no incêndio do Museu Nacional em 2018. Durante a cerimônia de retorno do manto, a cacique Yakuy Tupinambá discursou em nome de 23 comunidades da Bahia.

Em sua fala, Yakuy cobrou ações para a demarcação de terras e o combate a invasores dos territórios indígenas. Ela afirmou que o governo Lula está "enfraquecido" e preso a alianças "para se manter no poder". A líder indígena também dirigiu críticas ao Congresso Nacional e ao Judiciário.

"Nós somos violados há muito tempo, mas, ultimamente, o Estado e instituições patrimonialistas desencadearam uma retirada de direitos, com atentados contra a dignidade e a manutenção da vida", discursou. "Temos hoje o pior Congresso da história, um Judiciário egocêntrico e parcial, e um governo enfraquecido, acorrentado às alianças e conchavos para se manter no poder. Não respeitam as leis nem os tratados e convenções internacionais. Vivemos uma democracia distorcida".

Lula, que foi o último a discursar no evento, respondeu a Yakuy afirmando que não há "subserviência para ficar no poder". O presidente destacou que é necessário dialogar e traçar estratégias com a oposição para avançar nas políticas do País.

"Eu queria apenas que a companheira que falou aqui mudasse o seu discurso. Aqui não tem subserviência para ficar no poder. Não preciso disso", discursou. "Basta saber que eu tenho um partido com 70 deputados entre 513, eu tenho nove senadores entre 81, e para aprovar as coisas sou obrigado a conversar com quem não gosta de mim".

Estadão
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