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Caso de detento que construiu 'motel' em presídio não é recente, nem ocorreu durante governo Lula

PUBLICAÇÃO NAS REDES SOCIAIS TIRAM DE CONTEXTO CRIME OCORRIDO EM 2016

15 out 2024 - 17h20
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O que estão compartilhando: que um traficante construiu 112 suítes em presídio durante governo Lula.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Uma notícia do Jornal da Record foi tirada de contexto para fazer parecer que o caso é recente. Na realidade, o crime ocorreu em 2016. A Polícia Penal de Goiás disse que a construção ilegal foi destruída no mesmo ano. O detento que ordenou a construção morreu um ano após a descoberta das quitinetes. O então diretor do presídio foi afastado e responde judicialmente, informou a Diretoria-Geral de Polícia Penal de Goiás.

Saiba mais: A notícia do Jornal da Record foi compartilhada no TikTok com uma data falsa. O caso foi descoberto em 2016, mas nas reproduções atuais um texto sobreposto ao vídeo insere a data "02/10/2024?, dando a entender que o crime é recente.

Nos comentários, muitos acreditaram na atualidade da reportagem e culpam o governo Lula: "é o governo do amor totalmente", escreveu um. "Esse país tá perdido com esse ex-presidiário", disse outro usuário da rede. Outros comentários também faziam críticas ao atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). No entanto, na época da descoberta dos quitinetes, o governador do estado era Marconi Perillo (PSDB) e o presidente era Michel Temer (MDB).

Em nota ao Verifica, a Diretoria-Geral de Polícia Penal informou que o compartilhamento da notícia sem o devido contexto busca "denegrir a atual imagem da Polícia Penal de Goiás".

Relembre o caso

O preso que construiu 112 quitinetes se chamava Thiago César de Souza. De acordo com reportagens publicadas à época (aqui e aqui), o traficante pagou R$ 70 mil de propina para o então diretor da unidade para construir os quitinetes que seriam usados durante as visitas íntimas dos detentos. Ele esperava faturar pelo menos R$ 120 mil por mês com os "aluguéis" dos espaços.

A existência desses compartimentos foi descoberta por equipes do serviço de inteligência da Superintendência de Administração Penitenciária (Seap). A construção ilegal já estava em fase de acabamento quando foi encontrada por equipes da Seap, em agosto daquele ano, e destruída no mês seguinte. O órgão informou em nota que atualmente no mesmo espaço funciona um pátio de banho de sol de uma das alas do presídio.

Ainda segundo a Seap, o antigo diretor da unidade prisional responde por processos administrativos, civis e criminais. Thiago morreu em fevereiro de 2017 no presídio, após um conflito entre presos de alas separadas. Questionado se o mentor do projeto foi submetido a algum processo judicial em relação às construções, a Polícia Penal informou que "na época do fato, foram abertos procedimentos administrativos internos para apuração dos fatos e aplicação das sanções disciplinares aos detentos envolvidos, conforme determina a Lei de Execução Penal".

Estadão
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