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Dono de clínica citada em laudo falso contra Boulos não reconheceu veracidade do documento

PROPRIETÁRIO DA MAIS CONSULTA NEGOU ENVOLVIMENTO COM O CASO; ELE AFIRMOU QUE A EMPRESA NUNCA PRESTOU ATENDIMENTO AO PSOLISTA

18 out 2024 - 16h50
(atualizado em 22/10/2024 às 14h03)
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O que estão compartilhando: que o dono da clínica Mais Consulta teria afirmado que é verdadeiro o laudo que indica o uso de cocaína pelo candidato à Prefeitura Guilherme Boulos (PSOL). A clínica é citada no documento compartilhado pelo ex-coach Pablo Marçal (PRTB) antes do primeiro turno.

Dono de clínica que consta em laudo forjado contra Boulos não reconheceu veracidade do documento
Dono de clínica que consta em laudo forjado contra Boulos não reconheceu veracidade do documento
Foto: Reprodução/Instagram / Estadão

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. O laudo apresenta diversos indícios de falsidade, como já mostrou uma checagem do Verifica. Tanto a Polícia Civil como a Polícia Federal reconheceram que o laudo é falso. Luiz Teixeira da Silva Júnior, dono da clínica Mais Consulta, negou envolvimento com o caso. Em nota ao Verifica, a defesa do empresário classificou como falsa a alegação de que ele teria reconhecido a veracidade do documento. O comunicado reforça a falsificação do laudo e afirma que Boulos nunca foi atendido nas clínicas de Luiz Teixeira.

Saiba mais: na noite do dia 4 de outubro, Marçal divulgou um suposto laudo médico que indicaria encaminhamento de Boulos para uma emergência psiquiátrica em 2021, sob justificativa de uso de cocaína. O documento, contudo, apresenta diversas incoerências e indícios de fabricação. As polícias Civil e Federal concluíram que a assinatura do médico já falecido José Roberto de Souza, que consta no documento, foi falsificada.

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Mesmo após a conclusão sobre a falsificação do laudo, postagens nas redes sociais alegam que o dono da clínica que teria atendido Boulos teria afirmado que o documento é verdadeiro. Isso, no entanto, é falso. A clínica que consta no documento é a Mais Consultas, que está fechada há cerca de três anos. O sócio administrador era Luiz Teixeira da Silva Júnior, que já apareceu ao lado de Pablo Marçal em registros nas redes sociais.

O antigo proprietário da clínica negou envolvimento com a fabricação do laudo. O posicionamento, assinado pela defesa dele, foi publicado após o final do primeiro turno das eleições municipais, que ocorreu no último dia 6. O comunicado afirma que a clínica Mais Consulta nunca prestou atendimento a Boulos. A nota reitera que o médico José Roberto de Souza também não possuiu vínculos com a empresa.

Em nota ao Estadão Verifica, o advogado Marcelo Marcochi, que integra a defesa do empresário, classificou como falsa a alegação de que Luiz Teixeira teria reconhecido a veracidade do laudo. "O Dr. Luiz Teixeira renova os esclarecimentos trazidos a público no dia 6 de outubro, e reforça que o laudo médico que faz referência indevida ao seu nome, e ao nome de sua clínica, é falso", comunicou. "Reafirmamos que o Sr. Guilherme Boulos jamais foi atendido nas clínicas do Dr. Luiz Teixeira, de sorte que também é falsa a notícia de que ele teria reconhecido a veracidade do documento. A propósito, as autoridades já constataram que se trata de falsificação grosseira".

Cabe ressaltar que Boulos rechaçou a veracidade do documento e apontou as diversas incoerências do suposto laudo. A defesa de Marçal, por outro lado, disse que a divulgação do receituário forjado está amparado "pelo direito à livre manifestação do pensamento". Acrescentou que o ex-coach "não fabricou nem manipulou o conteúdo veiculado, limitando-se a divulgá-lo da forma como foi expedido".

Como lidar com postagens do tipo: distorcer assuntos em evidência para fabricar uma mentira é uma tática comum de desinformação. O laudo falsificado contra Boulos foi um assunto amplamente divulgado pela imprensa. Os diversos indícios de falsificação, inclusive, foram listados por diferentes veículos de comunicação, incluindo o Estadão. É importante buscar a alegação em fontes confiáveis antes de compartilhar uma informação duvidosa.

Estadão
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