Foto de bebê amarrado a granadas não foi registrada recentemente em Israel
Não é recente a foto que mostra um homem deitado ao lado de um bebê que tem explosivos amarrados ao corpo. A imagem, que tem sido compartilhada atualmente como se mostrasse um integrante do Hamas ao lado de uma criança israelense, está disponível nas redes ao menos desde 2016. Aos Fatos não conseguiu identificar o contexto real da foto; sites de língua persa afirmam que o registro teria sido publicado por um terrorista sírio.
A peça de desinformação acumulava mais de 10 mil compartilhamentos no X (ex-Twitter) e 2.000 compartilhamentos no Facebook até a tarde desta quarta-feira (11).
Terrorista do Hamas amarrou o bebê judeu e colocou granadas.
Uma imagem antiga que mostra um homem ao lado de um bebê com o corpo coberto de granadas tem circulado nas redes como se fosse um registro dos ataques promovidos por extremistas do Hamas a cidadãos israelenses. Por meio de busca reversa, Aos Fatos verificou que a foto circula nas redes ao menos desde abril de 2016, quando foi publicada no X (veja abaixo).
Registro antigo. Imagem que circula como se fosse de conflito recente entre Israel e Hamas foi publicada no X em abril de 2016 (Reprodução/X)
Aos Fatos não conseguiu identificar o contexto real da foto, mas alguns sites de língua persa (veja aqui, aqui e aqui) afirmaram, ainda em 2016, que a imagem teria sido publicada por um grupo terrorista sírio. Naquela época, a Síria era palco de um conflito armado civil com participação de atores internacionais, como Rússia e Estados Unidos.
Essa mesma imagem foi responsável pela prisão de um homem tunisiano em 2017, segundo a CNN. Naquela época, autoridades judiciais do país detiveram um jovem de 24 anos falsamente identificado como o autor do registro. Constatada a confusão, o homem foi liberado.
Desde o início da semana, Aos Fatos tem checado diversas peças de desinformação sobre o conflito entre Israel e o Hamas, que já causou a morte de ao menos 2.300 pessoas. Nas redes brasileiras, destacam-se publicações falsas ou enganosas que tentam relacionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao grupo extremista e vídeos de jogos eletrônicos que circulam como se mostrassem cenas reais da guerra (veja aqui e aqui).
Referências:
2. Quds Online
3. Parsine
5. BBC
6. CNN Arabic
7. G1