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Julgamento no TSE que cassou Deltan Dallagnol não durou menos de dois minutos

22 mai 2023 - 17h48
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Não é verdade que o julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que decidiu pela cassação do mandato do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) durou apenas um minuto e seis segundos, como afirmam publicações nas redes. A votação em questão ocupou uma hora e 25 minutos da sessão do plenário do tribunal na última terça-feira (16). Ajuizado antes mesmo do resultado das eleições, o processo que resultou na impugnação da candidatura começou a ser analisado pelo TSE em janeiro deste ano.

Os vídeos com a falsa alegação acumulam mais de 350 mil visualizações no TikTok e centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta segunda-feira (22).

Selo falso

Tempo que demoraram para cassar o mandato de Deltan: um minuto e seis segundos. Imagina só se a Justiça fosse tão rápida assim para prender corruptos…
Vídeo engana ao dizer que votação da cassação do mandato de Deltan Dallagnol durou menos de dois minutos
Vídeo engana ao dizer que votação da cassação do mandato de Deltan Dallagnol durou menos de dois minutos
Foto: Aos Fatos

São enganosas as publicações que afirmam que o processo de cassação do mandato do ex-deputado federal Deltan Dallagnol foi julgado em apenas um minuto e seis segundos pelo TSE. Conforme pode ser verificado no registro da sessão do tribunal do dia 16 de maio, a discussão sobre o recurso ordinário que pedia a impugnação da candidatura do ex-procurador durou cerca de uma hora e 25 minutos (veja abaixo).

As peças de desinformação exibem apenas o registro do momento final da votação, quando o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, confirma a decisão unânime de indeferir o registro de candidatura do ex-procurador.

As publicações também omitem que a votação no plenário do TSE é apenas a reta final do rito: a coligação PT/PC do B/PV entrou com o pedido de impugnação de candidatura ainda no ano passado, antes mesmo das eleições. Após ter seu pedido negado em outubro pelo TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná), o processo foi distribuído em janeiro no TSE.

Também é importante lembrar que Dallagnol ainda pode recorrer da decisão no próprio TSE e no STF (Supremo Tribunal Federal). Como a sentença tinha aplicação imediata, no entanto, o ex-procurador já foi destituído do cargo de parlamentar.

No pedido de impugnação, a coligação PT/PC do B/PV questionou a regularidade no registro de candidatura de Dallagnol, que pediu exoneração do Ministério Público antes de responder a procedimentos administrativos que poderiam enquadrá-lo na Lei da Ficha Limpa. Relator do processo no TSE, o ministro Benedito Gonçalves entendeu que o ex-procurador abandonou o cargo em uma tentativa de "frustrar a incidência da inelegibilidade".

Algumas peças de desinformação sugerem ainda que a ministra do TSE Cármen Lúcia teria soltado uma "risada sarcástica" após a decisão pela cassação de Dallagnol, o que também é mentira. A imagem que mostra a magistrada deixando o plenário sorrindo não foi registrada durante o julgamento do recurso.

Conforme pode ser verificado no vídeo acima (a partir de 2h24min), a cena ocorreu cerca de meia hora depois da decisão sobre o ex-parlamentar. Na ocasião, a ministra sorriu ao se erguer de sua cadeira após o fim de um discurso do ministro Alexandre de Moraes em homenagem à última sessão do ministro Sérgio Banhos, que deixou o TSE após quatro anos.

Referências:

1. YouTube (Justiça Eleitoral)

2. TSE

3. Metrópoles (1 e 2)

4. G1

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