Kamala Harris não usou brincos com fones de ouvido em debate contra Trump; modelo é da Tiffany
POSTAGENS MENTEM AO AFIRMAR QUE CANDIDATA À PRESIDÊNCIA DOS EUA RECEBIA INSTRUÇÕES NO EMBATE CONTRA SEU ADVERSÁRIO NAS ELEIÇÕES
O que estão compartilhando: postagem alega que a candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, usou um modelo de brincos com fones embutidos durante o debate contra o republicano Donald Trump, no último dia 10, na rede ABC News. A afirmação é de que ela recebia instruções por meio do equipamento e teria infringido as regras que proíbem contato dos candidatos com membros de sua equipe.
O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é falso. Os brincos utilizados por Kamala eram de um modelo da Tiffany & Co., e não da empresa alemã Icebach Sound Solutions, que produz brincos com fones de ouvido acoplados de forma imperceptível. O próprio CEO da Icebach Sound Solutions negou que ela tivesse usado os brincos da marca no debate contra Trump.
A jornalista Susan E. Kelley mantém o site "What Kamala Wore", dedicado à cobertura dos figurinos utilizados pela democrata desde que ela foi anunciada como vice-presidente de Joe Biden. Em 11 de setembro, um dia após o debate presidencial na ABC News, ela publicou matéria sobre o que Harris usou no embate com Trump. Na ocasião, escreveu que os brincos eram, na realidade, de um modelo da joalheria Tïffany & Co.
"Havia uma narrativa bizarra sendo divulgada ontem à noite, alegando que a vice-presidente usava brincos com um receptor de áudio. Me sinto tranquila em afirmar que isso claramente não foi o caso; estes são os mesmos brincos da Tiffany que ela tem usado por meses", escreveu Susan.
A jornalista divulgou uma foto dos brincos que ela afirma serem os que, de fato, Kamala estava usando no debate. Uma busca reversa pela foto confirmou que o modelo "Tiffany HardWear South Sea Pearl Earrings" aparenta mesmo ser o que a candidata democrata estava usando.
A alegação falsacomeçou a circular em redes sociais nos Estados Unidos logo após o debate, e foi alvo de checagem de diversos veículos que a desmentiram, como o USA Today, CBS News, Forbes e FactCheck.org.