Órgão dos EUA não disse que nova variante da Covid-19 infecta mais quem tomou vacina
São enganosas as publicações que afirmam que a variante BA.2.86 do coronavírus infecta mais vacinados do que pessoas que não receberam nenhum tipo de imunizante. As peças que trazem essa desinformação distorcem uma reportagem do Metrópoles divulgada na última quarta-feira (23), que divulga um posicionamento do CDC (Centers for Disease Control and Prevention, órgão de saúde do governo dos Estados Unidos). O órgão afirmou, na verdade, que a BA.2.86, em comparação com outras variantes, consegue driblar mais a imunização, seja ela vacinal ou natural.
Posts com essa distorção têm sido compartilhados principalmente no Instagram, onde acumulam mais de 4.000 curtidas. Eles também circulam no Telegram e no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).
Entendeu porque queriam obrigar você a se vacinar? A imprensa ajudou a lhe enganar.
Uma interpretação incorreta de um título publicado pelo Metrópoles tem sido compartilhada nas redes sociais para sugerir que as pessoas vacinadas contra a Covid-19 seriam mais suscetíveis a serem infectadas pela nova variante do vírus.
- Na última quarta-feira (23), o site publicou uma reportagem com o título "Covid: nova variante é mais eficaz em infectar vacinados, diz CDC";
- Publicações nas redes, então, passaram a divulgar que o órgão de saúde dos EUA teria dito que a variante infectaria mais as pessoas vacinadas do que as que não receberam o imunizante, o que não é verdade;
- O texto da própria reportagem do Metrópoles deixa claro que a variante, na verdade, é mais eficaz em driblar a imunidade do que outras variantes: "o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos informou, nesta quarta-feira (23/8), que a linhagem BA.2.86 do coronavírus pode ser mais eficiente em infectar pessoas vacinadas contra a Covid-19 ou que já tiveram a doença", como está escrito logo no primeiro parágrafo;
- Ou seja, a nova variante não infecta mais vacinados do que não vacinados. Ela, na verdade, tem mais capacidade de driblar a imunização, seja a vacinal ou a natural — quando uma pessoa é infectada e se cura.
O texto do Metrópoles se baseia nas informações divulgadas pelo CDC na última quarta (23), que diz que:
"Com base no que o CDC sabe até o momento, os testes existentes utilizados para detectar e os medicamentos utilizados para tratar a COVID-19 parecem ser eficazes com esta variante. BA.2.86 pode ser mais capaz de causar infecção em pessoas que já tiveram COVID-19 ou que receberam vacinas contra COVID-19. Os cientistas estão avaliando a eficácia da próxima vacina atualizada contra a COVID-19. A avaliação atual do CDC é que esta vacina atualizada será eficaz na redução de doenças graves e hospitalizações. Neste ponto, não há evidências de que esta variante esteja causando doenças mais graves. Essa avaliação pode mudar à medida que dados científicos adicionais forem desenvolvidos. O CDC compartilhará mais à medida que soubermos mais."
No mesmo comunicado, o órgão dá dicas para que a população se proteja da nova variante: vacinação em dia, isolamento social em caso de sintomas, melhorar a ventilação dos ambientes, lavar sempre as mãos, por exemplo.
Referências:
1. Metrópoles
2. CDC