Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Peixes encalhados na barragem de Oiticica não têm relação com rio São Francisco

24 mar 2023 - 18h08
(atualizado em 27/3/2023 às 17h47)
Compartilhar
Exibir comentários

É falso que um acúmulo de peixes na barragem de Oiticica, em Jucurutu (RN), tenha sido causado pelo fechamento das comportas da transposição do rio São Francisco na região, como alegam posts que circulam nas redes. A presença dos animais ocorreu após um transbordamento de água da estrutura causado pelas chuvas. A barragem de Oiticica ainda não armazena as águas do São Francisco e não houve interrupção de quaisquer trechos da transposição na atual gestão.

Publicações com a alegação enganosa acumulavam centenas de compartilhamentos no Facebook, 2.000 curtidas no Instagram e 20 mil visualizações no Kwai nesta sexta-feira (24). O conteúdo também circula no Telegram e no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).

Selo falso

Fecharam as comportas da transposição do rio São Francisco, na barragem de Oiticica, e milhares de peixes prestes a morrer
Posts enganam ao afirmar que um acúmulo de peixes na barragem de Oiticica (RN) foi causado pelo fechamento de comportas da transposição do rio São Francisco
Posts enganam ao afirmar que um acúmulo de peixes na barragem de Oiticica (RN) foi causado pelo fechamento de comportas da transposição do rio São Francisco
Foto: Aos Fatos

Um vídeo que mostra uma grande quantidade de peixes mortos ou se debatendo sobre uma lâmina d'água na barragem de Oiticica tem circulado nas redes para alegar que o governo federal teria ordenado o fechamento das comportas da transposição do rio São Francisco na região, o que é falso. Segundo o Igarn (Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte) informou ao Aos Fatos, a cena ocorreu após as chuvas causarem um extravasamento de água na barragem no dia 16 de março.

Em nota, o instituto afirmou que a quantidade de água que transbordou da barragem foi insuficiente para garantir a sobrevivência dos peixes. "É importante ressaltar que houve mobilização de diversos agentes locais e da empresa responsável pela obra no sentido de aumentar o fluxo da água no local onde os peixes se encontravam, porém sem sucesso."

A sangria, nome dado ao transbordamento, ocorre por meio de uma calha, que garante que a água escoe e não atrapalhe as obras da barragem. Esse extravasamento não causa risco aos moradores da região. Também não é incomum que o fenômeno leve a um acúmulo de peixes no local, como é possível verificar em vídeos gravados em 2022 e 2021.

Com 93,27% das obras concluídas, a barragem de Oiticica ainda não armazena as águas do São Francisco. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional afirmou ao Aos Fatos que liberou 90 milhões de metros cúbicos de água da transposição para o estado potiguar em 2022, mas apenas para testar o sistema. Não há previsão para o início do funcionamento da estrutura.

Existe a possibilidade de que o Rio Grande do Norte receba águas do PISF (Projeto de Integração do Rio São Francisco) ainda em 2023, mas isso depende de uma avaliação do Igarn. Até a conclusão da barragem de Oiticica, toda a água do São Francisco será acumulada na barragem Armando Ribeiro, segundo a Semarh (Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos).

Fechamento de comportas. Em fevereiro, o MIDR afirmou ao Aos Fatos que não havia qualquer interrupção em trechos da transposição do rio São Francisco. A única manutenção ocorria na Estação EBI-3, em Salgueiro (PE), cujo sistema de bombeamento havia sido desligado em setembro do ano passado. Questionado sobre atualizações a respeito do funcionamento da transposição, o ministério não respondeu até a publicação desta reportagem.

Referências:

1. YouTube (Fontes 1, 2 e 3)

2. Tribuna do Norte (Fontes 1 e 2)

3. Blog do BG

4. G1

5. Tik Tok

6. Aos Fatos

Aos Fatos
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade