Post sobre limusine da Tesla criada para Trump foi feito por perfil de paródias de Elon Musk
Uma postagem no TikTok tira de contexto a publicação de uma conta satírica que imita o empresário.
FALSO - A Tesla não se pronunciou oficialmente sobre criar uma limusine para Donald Trump, eleito pela segunda vez presidente dos Estados Unidos. O conteúdo que sugere a criação do veículo foi publicado por uma conta que faz paródias de Elon Musk, dono da fabricante de carros, e foi reproduzido em outras redes afirmando que o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), teria sido convidado para conhecer o veículo. O Comprova apurou que a Tesla não tem disponível o modelo do tipo.
Conteúdo investigado: Post com imagem de um carro de luxo posicionado em frente à Casa Branca, em Washington DC, nos Estados Unidos, e legenda que diz “Elon preparou um Tesla limusine para Trump e convidou Bolsonaro para conhecê-la”. A imagem foi publicada originalmente em outra plataforma por um perfil que faz paródias de Elon Musk com o texto “Devo fazer uma limusine Tesla para Trump? À prova de balas, é claro!”, como se fosse uma declaração do bilionário.
Onde foi publicado: X e TikTok.
Conclusão do Comprova: Não é verdade que Elon Musk tenha publicado sobre a criação de uma limusine para Donald Trump. Uma postagem no TikTok tira de contexto a publicação de uma conta satírica que imita o empresário. Uma busca no perfil oficial de Musk no X mostrou que ele não publicou o conteúdo.
A limusine também não está na relação de carros fabricados pela Tesla. Na verdade, não há esse modelo de veículo no catálogo disponível no site da empresa automotiva.
Na internet, o Comprova encontrou uma limusine Tesla que não foi criada pela fabricante, mas adaptada de um modelo original. Trata-se de um modelo que tem como base o Model S 85 de 2015. O veículo esteve à venda no eBay em 2017 e não é o mesmo que aparece nos conteúdos investigados nesta checagem.
De acordo com a descrição no eBay à época do anúncio, a limusine foi construída para um projeto publicitário da empresa Big Limos, especializada no alargamento de automóveis e na conversão dos veículos para limusines de luxo.
No TikTok, uma postagem utilizou a mesma imagem da suposta limusine da Tesla para afirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu um convite para conhecer o veículo. Bolsonaro, no entanto, não fez nenhuma publicação nas redes sociais sobre o possível convite, assim como Musk e Trump.
O Comprova contatou a Tesla e a assessoria de imprensa de Donald de Trump e Jair Bolsonaro, mas não obteve retorno até a publicação desta checagem. A iniciativa também contatou o autor do post no TikTok e não obteve resposta.
Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.
Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 14 de novembro, o post no X alcançou 20,1 milhões de visualizações. Já o vídeo no TikTok alcançou 1,4 milhões de visualizações.
Fontes que consultamos: Catálogo de carros da Tesla, ferramenta AI or Not e buscas do Google por supostas limusines da fabricante de Musk.
Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.
Outras checagens sobre o tema: Elon Musk e Donald Trump são alvos frequentes de desinformação e, por isso, de checagens do Comprova. Recentemente, a iniciativa contextualizou a suposta compra da CNN pelo bilionário que fez Javier Milei, presidente da Argentina, cair em sátira e mostrou também que o político americano não postou que não convidaria Lula (PT) para sua posse “porque lugar de ladrão é na cadeia”.
* Projeto Comprova é uma iniciativa colaborativa e sem fins lucrativos liderada e mantida pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que reúne jornalistas de 42 veículos de comunicação brasileiros --incluindo o Terra-- para descobrir, investigar e desmascarar conteúdos suspeitos sobre políticas públicas, eleições, saúde e mudanças climáticas que foram compartilhadas nas redes sociais.