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Posts usam imagens dos EUA, Honduras e Vietnã para dizer que ciclone-bomba atingiu praia no Rio

FENÔMENO FORMADO NO ATLÂNTICO SUL, LONGE DO CONTINENTE, PROVOCOU REFLEXOS NO FINAL DE SEMANA NO RIO GRANDE DO SUL; ALERTA DE PERIGO PARA O RIO DE JANEIRO TEM A VER COM FRENTE FRIA NO LITORAL

4 dez 2024 - 16h56
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O que estão compartilhando: que uma praia do Rio de Janeiro foi atingida por um ciclone-bomba e ninguém sobreviveu. As postagens mostram três imagens diferentes.

Foto: Reprodução/Facebook / Estadão

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. As imagens foram feitas, na realidade, nos Estados Unidos (2017), em Honduras (2007) e no Vietnã (2010). Um ciclone-bomba que se formou no Atlântico Sul no final de semana trouxe tempestades no Rio Grande do Sul, mas permaneceu longe do continente. O Rio de Janeiro tem alerta de perigo para acumulado de chuva, entre esta quarta-feira, 4, e a quinta, 5, mas os alertas não mencionam relação com ciclone-bomba. O alerta de perigo para acumulado de chuva está associado a uma frente fria e aponta para o risco de alagamentos, deslizamentos de encostas e transbordamento de rios. Ele vale para quase todo o Estado do Rio de Janeiro e afeta, ainda, algumas cidades de São Paulo.

A segunda imagem a aparecer no post também não tem nenhuma relação com o Brasil. Ela foi feita em Honduras, em 2007, durante a passagem do furacão Felix, que atingiu diversos países da América Central em setembro daquele ano.

O registro usado na publicação é do fotógrafo Yuri Cortez, da AFP, e foi feito no dia 4 de setembro de 2007 na cidade portuária de La Ceiba, em Honduras. A imagem foi parar em uma galeria com outros registros da passagem do furacão publicada pelo jornal britânico The Guardian.

A última imagem, na parte de baixo da montagem, é de 2010 e foi feita no Vietnã, quando o tufão Conson atingiu o país. O registro foi feito em 17 de julho de 2010 e também foi publicado pelo site Getty Images. A foto mostra ondas atingindo a costa vietnamita ao norte de Hai Phong.

Naquele dia, uma pessoa morreu e 12 foram dadas como desaparecidas. Antes de chegar ao Vietnã, o Conson já tinha atingido as Filipinas e deixado pelo menos 65 mortos e 87 desaparecidos.

Frente fria no Rio de Janeiro

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), existe um alerta de perigo vigente para boa parte do Rio de Janeiro nesta quarta e quinta-feira, mas não foi mencionada relação com ciclone-bomba. O alerta é para acumulado de chuva, que pode chegar a 100 mm em alguns locais.

A agência Climatempo relaciona o acumulado de chuva a uma frente fria quase parada no litoral fluminense, favorecendo tempo instável e condições para chuva forte em vários momentos do dia.

A MetSul Meteorologia apontou que o ciclone-bomba se intensificou nas últimas 48 horas e deve provocar aumento das ondas no litoral do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Apesar disso, ele permanece longe do continente e o risco de ressaca não deve ser tão elevado.

Estadão
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