Ratinho não divulgou site para indenização por dados vazados; vídeo tem indícios de uso de IA
VÍDEO PUBLICADO NO FACEBOOK MANIPULA VOZ DO APRESENTADOR PARA PROMOVER PAGAMENTO INEXISTENTE
O que estão compartilhando: vídeo em que o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, supostamente responde a pergunta de um seguidor sobre uma indenização por dados vazados. Na gravação, Ratinho alega que a indenização é legítima e que seria consequência de um vazamento de dados nos sistemas governamentais. O apresentador afirma ainda que as pessoas afetadas teriam direito de receber valores e alerta que a única fonte confiável para obter informações sobre o assunto seria um site oficial.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Ratinho não gravou vídeo confirmando a veracidade de uma indenização por dados vazados em sistemas governamentais. O Verifica submeteu a gravação a duas ferramentas de detecção de uso de inteligência artificial, que indicaram que a voz do apresentador foi gerada pela tecnologia. A versão original do vídeo usado na peça verificada foi publicada no perfil do Instagram de Ratinho, em setembro de 2022. Na ocasião, o apresentador gravou uma mensagem para dizer que votaria nas eleições presidenciais daquele ano usando uma camisa verde e amarela, cores da bandeira do Brasil. A reportagem não encontrou informações oficiais sobre a possibilidade de indenização por vazamento de dados em sistemas governamentais.
Além dos indícios de uso de inteligência artificial apontados pelas ferramentas, o próprio conteúdo do vídeo levanta suspeitas de falsidade. Isso porque, ao mencionar a suposta indenização, o áudio que manipula a voz de Ratinho não apresenta informações essenciais, como o valor a ser recebido e o site oficial onde os interessados poderiam verificar se teriam direito à suposta indenização.
Essa não é a primeira vez que a imagem de Ratinho é utilizada para divulgar falsas indenizações e resgate de valores esquecidos. Em 2024, o Verifica desmentiu postagens que manipularam vídeos do apresentador para anunciar um falso serviço chamado 'resgate da prosperidade', uma indenização da Serasa, e um programa que não existe chamado Resgata Brasil.
