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Relatório da ONU sobre fome no Brasil usou dados de 2020 a 2022

14 jul 2023 - 15h11
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São mentirosas as publicações que atribuem o aumento da fome divulgado pelo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta semana ao governo Lula (PT). O documento foi elaborado com base nos dados de insegurança alimentar e nutrição de 2020 a 2022, durante, portanto, o governo de Jair Bolsonaro (PL).

As peças que trazem essa desinformação acumulam ao menos 300 mil visualizações no TikTok e milhares de curtidas no Instagram até a tarde desta sexta-feira (14). Elas também circulam no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).

Selo falso

Depois que Lula assumiu a presidência, a fome aumentou.
Print de reportagem sobre relatório da ONU sobre fome que tem sido compartilhado junto da legenda Depois que Lula assumiu a presidência, a fome aumentou e Faz o L
Print de reportagem sobre relatório da ONU sobre fome que tem sido compartilhado junto da legenda Depois que Lula assumiu a presidência, a fome aumentou e Faz o L
Foto: Aos Fatos

Publicações enganosas nas redes sociais têm compartilhado trechos de reportagens televisivas sobre o lançamento do relatório da ONU sobre dados da insegurança alimentar no Brasil e no mundo para sugerir que a fome teria aumentado durante o governo Lula (PT). O documento citado, apesar de ter sido divulgado nesta semana, leva em consideração dados de 2020 a 2022.

Entre outros números, o documento, intitulado "O estado da segurança alimentar e nutrição no mundo 2023", divulgou que, no Brasil, haviam:

  • 21,1 milhões de pessoas (cerca de 9,9% da população) em situação de insegurança alimentar grave, também conhecida como fome;
  • 70,3 milhões de pessoas (cerca de 32,8% da população) em algum grau de insegurança alimentar;
  • E 10,1 milhões de pessoas (cerca de 4,7% da população) desnutridas.

Algumas versões das peças de desinformação relacionam o aumento da fome com um suposto corte do Bolsa Família pelo governo Lula. Apesar da gestão atual ter, de fato, cortado benefícios irregulares, não há uma diferença significativa entre o número de benefícios entregues em 2022 e hoje.

Em dezembro de 2022, segundo dados divulgados pelo antigo Ministério da Cidadania, o Auxílio Brasil foi entregue a 21,6 milhões de famílias. Já em junho deste ano, 21,2 milhões de famílias receberam o Bolsa Família.

Referências:

1. ONU (FAO)

2. Aos Fatos

3. EBC

4. Ministério do Desenvolvimento Social (1 e 2)

Aos Fatos
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