Relatório da ONU sobre fome no Brasil usou dados de 2020 a 2022
São mentirosas as publicações que atribuem o aumento da fome divulgado pelo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta semana ao governo Lula (PT). O documento foi elaborado com base nos dados de insegurança alimentar e nutrição de 2020 a 2022, durante, portanto, o governo de Jair Bolsonaro (PL).
As peças que trazem essa desinformação acumulam ao menos 300 mil visualizações no TikTok e milhares de curtidas no Instagram até a tarde desta sexta-feira (14). Elas também circulam no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).
Depois que Lula assumiu a presidência, a fome aumentou.
Publicações enganosas nas redes sociais têm compartilhado trechos de reportagens televisivas sobre o lançamento do relatório da ONU sobre dados da insegurança alimentar no Brasil e no mundo para sugerir que a fome teria aumentado durante o governo Lula (PT). O documento citado, apesar de ter sido divulgado nesta semana, leva em consideração dados de 2020 a 2022.
Entre outros números, o documento, intitulado "O estado da segurança alimentar e nutrição no mundo 2023", divulgou que, no Brasil, haviam:
- 21,1 milhões de pessoas (cerca de 9,9% da população) em situação de insegurança alimentar grave, também conhecida como fome;
- 70,3 milhões de pessoas (cerca de 32,8% da população) em algum grau de insegurança alimentar;
- E 10,1 milhões de pessoas (cerca de 4,7% da população) desnutridas.
Algumas versões das peças de desinformação relacionam o aumento da fome com um suposto corte do Bolsa Família pelo governo Lula. Apesar da gestão atual ter, de fato, cortado benefícios irregulares, não há uma diferença significativa entre o número de benefícios entregues em 2022 e hoje.
Em dezembro de 2022, segundo dados divulgados pelo antigo Ministério da Cidadania, o Auxílio Brasil foi entregue a 21,6 milhões de famílias. Já em junho deste ano, 21,2 milhões de famílias receberam o Bolsa Família.
Referências:
1. ONU (FAO)
2. Aos Fatos
3. EBC