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Vídeo clona voz de senador Cleitinho para promover golpe da indenização

FERRAMENTA DETECTOU USO DE IA PARA MANIPULAR CONTEÚDO GRAVADO PELO PARLAMENTAR EM FEVEREIRO; INDENIZAÇÃO PARA NASCIDOS ENTRE 1960 E 2006 NÃO EXISTE

20 mar 2025 - 12h15
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O que estão compartilhando: vídeo em que o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) parece divulgar informações sobre uma indenização que brasileiros nascidos entre os anos de 1960 e 2006 teriam direito devido a uma falha no registro de certidões de nascimento. A compensação financeira teria sido oficializada pelo decreto nº 3.420 de 2025, e os cidadãos afetados poderiam receber valores que variam de R$ 1 mil a 7 mil, pagos pelo governo federal.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. O vídeo do senador foi manipulado; o real foi publicado no Instagram em fevereiro deste ano. A ferramenta de detecção de conteúdo gerado por inteligência artificial (IA) Hive Moderation indicou uma probabilidade agregada de 94,2% de que o conteúdo tenha sido gerado artificialmente.

A indenização citada não existe, como já mostraram outras checagens feitas pelo Verifica (aqui e aqui). O decreto nº 3.420 de 2025, que teria oficializado a compensação financeira, também não existe.

Saiba mais: publicado no Facebook na segunda-feira, 17, o vídeo manipulado utiliza uma gravação em que Cleitinho aparece na Câmara dos Deputados. No conteúdo original, o senador fala sobre o início dos trabalhos no Congresso Nacional e critica a intenção da Câmara de aumentar o número de deputados para 531.

Além de utilizar a imagem do senador, o conteúdo falso também inclui um trecho de vídeo que mostra várias mulheres ao lado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na Mesa Diretora. Na gravação, elas aparecem com os braços erguidos, em um gesto que pode ser interpretado como uma reivindicação ou protesto.

No entanto, o contexto original do vídeo foi distorcido para servir à narrativa enganosa, que sugere que as imagens mostram uma comemoração pela aprovação da falsa compensação financeira.

Na realidade, o vídeo foi gravado em 19 de fevereiro, quando Hugo Motta repreendeu deputados após uma discussão entre governistas e integrantes da oposição no plenário. De acordo com informações divulgadas pela CNN, as mulheres de mãos dadas são deputadas da bancada feminina, que subiram à Mesa para pedir respeito à Delegada Katarina, que presidia a sessão.

Ela havia sido interrompida por deputados durante um embate entre parlamentares da oposição e do governo sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas.

Posts verificados levavam a site fraudulento

Essa não é a primeira vez que postagens que prometem indenização a pessoas nascidas entre 1960 e 2006 circulam nas redes sociais. O Estadão Verifica já desmentiu duas publicações que divulgavam a falsa compensação financeira.

Ambas orientavam os usuários a clicarem em links com características de "phishing", golpe no qual fraudadores induzem a vítima a clicar em links maliciosos para tentar roubar senhas e dados pessoais. Uma das postagens direcionava a um site falso que utilizava logotipo do governo federal e solicitava o preenchimento do CPF.

Como já mostrou o Verifica em checagens anteriores, o CPF pode ser usado para criar um cadastro falso de alguém com a finalidade de aplicar golpes. Por isso, o recomendado é não compartilhar dados pessoais em sites duvidosos.

A postagem verificada segue a mesma orientação. Nos comentários, usuários relatam ter pago uma taxa e não recebido a suposta indenização. Frases como "Paguei a taxa e não recebi" e "Na hora de pagar a taxa eles cobram, mas não depositam o valor. Mentindo para o povo, paguei e não recebi", estão entre as manifestações de pessoas que caíram no golpe.

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Como lidar com postagens do tipo: diversas verificações publicadas pelo Estadão Verifica mostram que pessoas mal intencionadas têm usado inteligência artificial para manipular imagens e vozes de celebridades, políticos e até de pessoas menos conhecidas na internet, com o objetivo de aplicar golpes nas redes sociais.

Para evitar prejuízos financeiros e o fornecimento de dados pessoais a desconhecidos, desconfie de conteúdos que prometem dinheiro fácil, que divulgam indenizações ou oferecem resgates de valores esquecidos.

Antes de clicar em links nas redes sociais, procure por fontes confiáveis para confirmar a veracidade das informações.

Estadão
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