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Vídeo de congressista dos EUA com críticas a Alexandre de Moraes não é recente

DECLARAÇÃO DE DEPUTADA REPUBLICANA VOLTOU A CIRCULAR NO CONTEXTO DA INTIMAÇÃO DE ELON MUSK PELO STF; EM MAIO DESTE ANO, COLEGIADO DA CÂMARA DOS REPRESENTANTES DOS EUA DISCUTIU AÇÕES DO MINISTRO

30 ago 2024 - 12h05
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O que estão compartilhando: que uma congressista dos Estados Unidos falou sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender o X no Brasil e denunciou a "censura implacável" do ministro Alexandre de Moraes.

Vídeo de congressista dos EUA com críticas a Alexandre de Moraes não é recente
Vídeo de congressista dos EUA com críticas a Alexandre de Moraes não é recente
Foto: Reprodução/Instagram / Estadão

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso, pois o vídeo está fora de contexto. A congressista que aparece na postagem é a deputada republicana Maria Elvira Salazar, que em maio deste ano participou de uma audiência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos para discutir ações do ministro do STF Alexandre de Moraes contra plataformas virtuais.

A declaração é erroneamente associada à intimação do empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), pelo STF. Nesta quarta-feira, 28, Moraes mandou notificar o bilionário para que ele indicasse, em até 24 horas, um novo representante da plataforma no Brasil. Na noite desta quinta-feira, 29, a rede social anunciou que não cumpriu o prazo determinado.

Saiba mais: em 7 de maio deste ano, uma sessão da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos debateu uma suposta "censura" de Alexandre de Moraes contra plataformas virtuais. O presidente dessa comissão é Michael McCaul, um deputado republicano. Durante a audiência, a congressista republicana Maria Elvira Salazar mostrou uma foto do magistrado e direcionou críticas a ele. A deputada alegou que Elon Musk se tornou um "alvo" da Suprema Corte brasileira.

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"Nós não sabemos se o ministro é um socialista, ou se ele é um tolo, ou se ele é um tolo útil para os socialistas. Mas sabemos que ele está cerceando um dos direitos fundamentais de uma democracia que é a liberdade de expressão", afirmou a deputada na ocasião.

A audiência do colegiado contou com a presença de parlamentares bolsonaristas, como Nikolas Ferreira (PL-MG), Gustavo Gayer (PL-GO), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), dentre outros. Eles compareceram como convidados do Congresso dos Estados Unidos em uma missão oficial, e não estavam presentes na condição de testemunhas.

Embora a gravação seja de maio deste ano, a declaração da congressista voltou a ser compartilhada nas redes sociais como se fosse uma opinião referente à intimação do STF ao empresário Elon Musk. Nesta quarta-feira, 28, Moraes mandou notificar o dono do X para que ele informasse, em um prazo de até 24 horas, um novo representante da plataforma no Brasil.

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A conta institucional do Supremo Tribunal Federal no X enviou a intimação por meio da própria rede social, em resposta ao perfil oficial da plataforma. Musk, que encerrou o escritório da plataforma no Brasil e não tem mais advogados constituídos no Brasil, também foi marcado na publicação.

Na noite do dia seguinte, 29, a rede social anunciou que não cumpriu o prazo determinado por Moraes. O perfil que opera as relações internacionais do X afirmou que está aguardando o bloqueio das atividades no Brasil.

Como lidar com postagens do tipo: tirar vídeos de contexto para associar a um assunto em evidência é uma tática comum de desinformação. Existem maneiras de evitar esses tipos de narrativas enganosas, como, por exemplo, a busca reversa de imagens e a pesquisa por palavras-chave.

A busca reversa é uma ferramenta que ajuda a descobrir se uma determinada mídia já foi compartilhada antes na internet, em quais sites e em qual contexto. O Estadão Verifica já produziu um passo a passo de como utilizar o mecanismo (veja aqui). A pesquisa por palavras-chave é ainda mais simples: uma busca online com termos associados à postagem duvidosa. No caso da peça verificada, a reportagem pesquisou no Google por "Maria Elvira Salazar", já que o nome da deputada aparece no vídeo, e "Alexandre de Moraes". Os primeiros resultados já revelam o contexto original da declaração.

Estadão
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