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Vídeo que mostra criança forçada a fazer uso de maconha é de 2019

GRAVAÇÃO VOLTOU A CIRCULAR FORA DE CONTEXTO COMO SE FOSSE RECENTE; USUÁRIOS ASSOCIAM CENA COM DECISÃO DO STF QUE DESCRIMINALIZOU A POSSE DE MACONHA PARA USO PESSOAL

4 jul 2024 - 18h05
(atualizado em 9/7/2024 às 10h34)
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O que estão compartilhando: vídeo mostra uma adolescente expondo uma criança pequena ao uso de maconha. Legenda diz "A liberação das drogas pra uso próprio não ser crime dá nisso, viva o amor!", em referência à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que descriminalizou o porte de maconha para consumo pessoal.

Vídeo gravado em 2019 circula como atual para criticar decisão do STF.
Vídeo gravado em 2019 circula como atual para criticar decisão do STF.
Foto: Reprodução/Instagram / Estadão

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: está fora de contexto. O vídeo foi gravado em 2019. A mãe da criança foi presa em flagrante por tráfico de drogas e as crianças que aparecem no vídeo ficaram sob a guarda do pai. A descriminalização do porte de maconha não significa que a droga foi legalizada (leia mais abaixo).

Saiba mais: no vídeo que circula nas redes sociais, uma adolescente faz uso do entorpecente ilegal. Ela também coloca o cigarro na boca de uma criança pelo menos três vezes. A menina ainda oferece a substância para outra criança de 4 anos, irmã do bebê, que recusa.

O caso aconteceu em abril de 2019, em Grajaú, na zona sul de São Paulo. Segundo informações que constam no processo do caso (acesse aqui), a primeira criança que aparece no vídeo tinha entre 2 e 3 anos de idade na época da gravação. Segundo notícia do Extra divulgada na época, a adolescente que aparece nas imagens teria confessado ser usuária de maconha. Outros jornais também divulgaram esta notícia (aqui, aqui e aqui).

A Polícia Civil informou que a mãe das crianças foi presa em flagrante por tráfico de drogas. Na residência em que ela morava foram encontradas porções de entorpecentes. À época, as duas crianças foram conduzidas ao Instituto Médico Legal (IML) na companhia do pai e do Conselho Tutelar. Uma notícia do Metrópoles sobre o caso informou que a custódia ficou sob responsabilidade do pai dos menores.

Em nota ao Estadão Verifica, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que o caso foi investigado por meio de inquérito policial instaurado pelo 85º Distrito Policial e relatado à Justiça em fevereiro de 2020. De acordo com informações que constam no processo, a mãe das crianças foi absolvida pelo crime de tráfico. Segundo decisão, apesar das drogas encontradas na residência e do vídeo que comprova o uso no local, não foi comprovado de que a droga pertencia à mulher.

O Estadão Verifica solicitou informações atualizadas sobre a situação da criança que aparece sendo coagida a fumar maconha à SSP, que encaminhou a demanda para a Justiça de São Paulo. O TJSP, por sua vez, não respondeu o questionamento e apenas encaminhou o link do e-SAJ com as informações sobre o processo.

Vídeo é compartilhado fora de seu contexto original

O vídeo voltou a circular sem o contexto original e usuários acreditam se tratar de um caso recente. "Até 40g pode. Obrigado, STF", escreveu um homem, fazendo referência à decisão do STF que descriminalizou o porte de maconha para consumo pessoal, em junho de 2024. "Taí a liberação das drogas pra uso próprio não ser crime, dá nisso viva o amor!" (sic), escreveu outro usuário.

O Estadão Verifica já mostrou que o consumo de maconha não foi legalizado no País. Os ministros do STF entenderam que o porte da substância para uso pessoal não se trata de um delito criminal, e sim um ilícito administrativo.

Quem for enquadrado como usuário deixará de ter consequências como ficha de antecedentes criminais, e estará sujeito à aplicação de sanções de advertência sobre os efeitos do entorpecente e medidas socioeducativas. O STF definiu 40 gramas de maconha ou seis plantas fêmeas de cannabis como referência para definir quem é usuário.

A quantidade de droga não deverá ser o único critério para separar traficantes de usuários. O julgamento deixou claro que as situações de cada caso podem ser relevantes como, por exemplo, o fato da pessoa portar balança de peso. A decisão entrou em vigor no dia 29 de junho.

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Estadão
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