Chefe da Receita citou Bolsonaro em pressão para auditor liberar joias

Receita reteve joias avaliadas em mais de R$ 16,5 milhões em 26 de outubro de 2021 após comitiva do governo desembarcar em Guarulhos, SP.

Redação Terra

9 mar 2023 - 18h15

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Além disso, mesmo que a interpretação dos itens seja de que eram de uso pessoal, o presidente ainda pode ser acusado de descaminho, uma vez que os impostos não foram pagos.
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil / Flipar

O ex-secretário especial da Receita Federal,Julio Cesar Vieira Gomes, usou o nome do então presidente Jair Bolsonaro para pressionar um auditor fiscal a liberar as joias sauditas que estavam confiscadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).

Segundo informações do blog da jornalista Andréia Sadi, em uma das mensagens Gomes faz referência ao nome de Jair Bolsonaro como forma de tentar pressionar o auditor da alfândega a liberar os itens de luxo avaliados em R$ 16,5 milhões.

"Resolve se o coronel Cid tiver uma delegação do PR [presidente da República] para o tema?", escreveu Gomes em mensagem enviada por WhatsApp a um auditor da Receita Federal no aeroporto de Guarulhos. "PR" é como auxiliares se referiam a Bolsonaro.

Apesar da pressão, o auditor explicou que era necessário seguir o trâmite previsto para o caso específico e que não seria possível liberar as joias. A tentativa de Gomes foi feita faltando 3 dias para o fim do governo.

Conforme mostrou o Estadão, o ex-secretário da Receita Federal coagiu auditores-fiscais através de áudios e mensagens. Funcionários, então, decidiram registrar uma representação junto ao departamento da Fazenda para que os atos fossem investigados. As joias seriam entregues para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Fonte: Redação Terra