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Chefe humanitário da ONU vê avanços em nova abertura de Gaza

"O primeiro milagre em semanas, além de um enorme impulso no processo logístico de uma operação humanitária", declarou Martin Griffiths

7 dez 2023 - 19h31
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O chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, demonstrou, nesta quinta-feira (7), um otimismo sobre uma nova abertura na fronteira de Karem Abu Salem, na Faixa de Gaza, para facilitar o envio de insumos e recursos para auxiliar as vítimas da guerra entre o Hamas e Israel. Atualmente, o único acesso à área é através da fronteira com o Egito, Rafah.

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Foto: X/Reprodução / Perfil Brasil

A liberação de Karem Abu Salem seria, segundo Griffiths, "o primeiro milagre em semanas, além de um enorme impulso no processo logístico de uma operação humanitária". "Ainda estamos negociando", afirmou o diplomata. "Há sinais promissores de uma abertura em breve".

Em entrevista com repórteres em Israel, o chefe do departamento civil da COGAT, agência israelense para coordenação civil com a Palestina, o coronel Elad Goren, afirmou: "Vamos abrir Kerem Shalom [como é conhecida a fronteira em Israel] nos próximos dias apenas para inspeção".

Goren também disse que uma equipe da COGAT estava envolvida em discussões com os Estados Unidos, a ONU e Egito para aumentar o volume da assistência humanitária. "Não seremos o problema. Nos ajustaremos para qualquer solicitação da ONU. Se nos disserem que precisam de 200 caminhões e possuírem as capacidades, não é um problema".

Devido ao "extremamente limitado" acesso ao sul de Gaza, que concentra 1,8 milhão de palestinos, e o "completo bloqueio" no norte, o secretário-geral da ONU, Antonio Gutierrez, em esforços para promover um cessar-fogo,  invocou, na quarta-feira, o artigo 99 da carta das Nações Unidas, que "chama a atenção do Conselho de Segurança para qualquer assunto que, em sua opinião, ameace a manutenção da paz e segurança internacionais". A decisão foi apoiada por Griffiths.

Para a aprovação de uma resolução, pelo menos nove países precisam votar a favor, e não pode haver nenhum veto dos cinco membros permanentes do conselho, Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido. "Esperamos uma ação bem-sucedida pelo Conselho de Segurança", afirmou o embaixador da Palestina na ONU, Riyad Mansour.

A situação da região piora a cada dia desperdiçado. Além de vítimas diretas do conflito, a ONU e ONGs presentes no local alertam para a propagação de doenças, como a cólera, devido ao colapso do sistema de saúde em Gaza. Arwa Damon, fundadora da ONG Inara, que auxilia as crianças de Gaza diz que "crianças subnutridas como as vistas em Gaza, estão mais propensas a, mesmo em altas temperaturas, sofrerem de hipotermia".

"Em 20 anos como correspondente de guerra, nunca vi nada comparado a isso", relata Damon sobre os ataques de Israel que já mataram, em dois meses, mais de 17 mil pessoas na Faixa de Gaza, incluindo cerca de sete mil crianças.

Perfil Brasil
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