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China investiga farmacêutica após escândalo de vacinas

23 jul 2018 - 16h09
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Uma das maiores produtoras de vacina do país é suspeita de ter alterado dados sobre fabricação e controle de qualidade. Caso é o mais recente de uma série de irregularidades na indústria farmacêutica chinesa.A polícia chinesa abriu uma investigação contra a farmacêutica Changsheng Biotechnology Co., uma das maiores produtoras de vacinas no país. A empresa é suspeita de falsificar registros sobre a produção de doses da vacina antirrábica e também sobre inspeções de qualidade.

Na China, vacina antirrábica é aplicada em bebês a partir dos três meses
Na China, vacina antirrábica é aplicada em bebês a partir dos três meses
Foto: DW / Deutsche Welle

A presidente e mais quatro executivos do alto escalão da companhia são os alvos da investigação. De acordo com a Administração Chinesa de Medicamentos e Alimentos, além de falsificar documentos, a farmacêutica adulterou parâmetros de processo e equipamentos.

Apesar de não haver relatos de pessoas prejudicadas pelas vacinas falsificadas, o órgão ordenou a paralisação da produção de vacinas pela empresa para uso humano após encontrar restos liofilizados em amostras. Na China, a vacina antirrábica é aplicada em bebês a partir dos três meses.

Além dos problemas com a vacina antirrábica, há cerca de duas semanas a Changsheng Biotechnology foi autuada pelas autoridades na província de Jilin por irregularidades em relação à eficácia de um tipo de vacina tríplice contra a difteria, tétano e coqueluche. A empresa recebeu uma multa de cerca de 282 mil dólares.

A Changsheng Biotechnology pediu desculpas nesta segunda-feira pelas irregularidades e afirmou que a suspensão da produção de vacinas pelas autoridades teria um grande impacto em suas finanças.

Após vir à tona, na última sexta-feira, o caso causou revolta nas redes sociais. Uma hashtag relacionada ao escândalo estava entre os principais tópicos no país, apesar de relatos de censura. As autoridades já sabiam há meses que havia irregularidades na empresa.

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, pediu no domingo uma investigação imediata sobre o caso e destacou que a população precisava de informações claras. "Reprimiremos resolutamente atos ilegais e criminosos que colocam em risco a segurança da vida das pessoas", acrescentou.

Em viagem oficial à África, o presidente chinês Xi Jinping reiterou as palavras do premiê e exigiu uma investigação completa e punição severa aos responsáveis. "A produção ilegal de vacinas pela Changsheng Biotechnology é desprezível e chocante", disse.

O caso é o mais recente de uma série de escândalos que atingiram a indústria farmacêutica chinesa. Em 2016, autoridades anunciaram que desmantelaram uma rede que comercializava vacinas ilegalmente desde 2011. As doses não eram transportadas em condições adequadas e poderiam, além de não funcionar, causar até a morte.

Um episódio mais grave ocorreu em 2008, quando ao menos seis bebês morreram e 300 mil foram afetados pela contaminação de leite em pó com melamina.

Na semana passada, reguladores europeus descobriram ainda que um medicamento para controle de pressão e para o coração fabricado pela farmacêutica chinesa Zhejiang Huahai e vendido na Europa pode conter uma impureza cancerígena. A substância estaria presente no remédio desde 2012.

CN/efe/rtr/afp

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