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Cidade do Cabo prestes a ficar sem água

24 jan 2018 - 13h46
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Segunda maior cidade da África do Sul enfrenta pior seca em quase um século. Aproxima-se data em que água encanada deve ser cortada, quando moradores passarão a receber apenas 25 litros de água por dia.Em cerca de dois meses e meio, os habitantes da Cidade do Cabo poderão ficar sem água encanada caso não ajam decisivamente para conter os efeitos da pior seca a atingir a segunda maior cidade da África do Sul em quase um século.

Quando chegar o chamado "dia zero", moradores terão que fazer fila para receber galões de água
Quando chegar o chamado "dia zero", moradores terão que fazer fila para receber galões de água
Foto: DW / Deutsche Welle

Os níveis das represas que abastecem a cidade, de 4 milhões de habitantes, voltaram a cair, de 26,6% na semana passada para 25,3% nos últimos dias, segundo dados apresentados nesta quarta-feira (24/01) pelas autoridades responsáveis pelo abastecimento de água. Há um ano, esses níveis eram de quase 40%.

Leia também: Como o aquecimento global pode mudar 5 cidades no mundo

Os reservatórios ao redor da Cidade do Cabo estão abaixo dos níveis ideais há mais de três anos. A crise aumenta os temores por parte dos cidadãos de serem forçados a enfrentar filas para obter rações diárias de água, o que, segundo estimativas deverá ocorrer a partir do dia 12 de abril, chamado de "dia zero". As autoridades locais afirmam que o abastecimento de água encanada será cortado quando os níveis dos reservatórios baixarem para 13,5%.

Se confirmada a tendência, os moradores terão de coletar rações diárias de 25 litros de água em 200 pontos de distribuição. Um banho de chuveiro utiliza em média 15 litros de água por minuto, e um vaso sanitário consome 15 litros a cada descarga, segundo a campanha sul-africana para conscientizar sobre o uso da água WaterWise.

Os habitantes da Cidade do Cabo receberam a ordem de utilizar diariamente no máximo 87 litros de água. A partir de 1º de fevereiro, essa quantidade será reduzida para 50 litros por dia.

A cidade conseguiu reduzir praticamente à metade o consumo de água, de 1,1 bilhão de litros em 2016 para 586 milhões nos dias atuais. Entretanto, a redução drástica no consumo se reflete no valor arrecadado com as contas de água, acarretando prejuízos aos cofres públicos.

A crise representa uma séria ameaça à industria de turismo na cidade, que recebe anualmente em torno de 2 milhões de visitantes. Apenas o distrito central de negócios deve ser poupado do corte no abastecimento.

Em razão da seca, a África do Sul, o sétimo maior produtor mundial de vinhos, deverá ter neste ano a menor colheita de uvas em mais de uma década.

RC/afp/rtr

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