Para Mateus Prado, o mais importante nesta disciplina é entender a diversidade linguística. "O candidato precisa conhecer a norma culta da língua e respeitar as diferentes formas de expressão. O Enem defende uma adequação e ambientes, que existe uma situação adequada para empregar a norma culta e a popular", afirma.
O professor da Universidade de São Paulo (USP) e supervisor do Sistema Anglo, Francisco Platão, explica que as questões podem pedir para assinalar a opção onde predomina a linguagem culta, ou explorar personagens com variantes regionais, gírias, etc. "O mais importante é saber que não existe certo ou errado, mas formas diferentes de se expressar de acordo com a situação".
Platão afirma que a prova de linguagens é basicamente de interpretação de textos. "Um defeito grave dos candidatos é a leitura superficial das questões. Na pressa de sobrar tempo, eles acabam respondendo as questões segundo um mapa mental e não de acordo com o que está no papel", afirma. A dica do professor da USP é ler atentamente o enunciado.
Ao contrário dos vestibulares, o Enem não cobra leituras obrigatórias, mas exige conhecimento sobre escritores brasileiros. De acordo com Mateus Prado, o conteúdo mais cobrado é o período literário do Modernismo, movimento iniciado na primeira metade do século 20 e que tem como principal marco a realização da Semana de Arte Moderna.
O especialista em Enem também aponta que, apesar do enfoque no Modernismo, é preciso compreender todos os períodos literários. Não é preciso conhecer a fundo as cada obra, mas as características de cada período. "Outra dica é revisar as figuras de linguagem, como a metáfora, que sempre têm espaço na prova”, diz Prado.
Cristina Armagamija, coordenadora de idiomas do cursinho Objetivo, de São Paulo, explica que a prova de idiomas do Enem, tanto a de inglês quanto a de espanhol, foca na interpretação de textos. "Os textos não são difíceis, possuem um vocabulário bem adequado para o ensino médio”, afirma.
A dica da professora é, em primeiro lugar, fazer uma leitura superficial do texto para saber do que se trata e não se preocupar se não entendeu alguma palavra. "Depois, o candidato deve ir para as alternativas, tem duas ou três que são completamente absurdas, somente pelo bom senso já se descarta. Entre as duas que restam, é só verificar qual delas está inserida no texto", afirma.
Cristina ainda faz um alerta: é preciso tomar cuidado com os falsos cognatos - palavras, em espanhol e em inglês, que são parecidas com outras em português, mas que possuem um significado completamente diferente. Já que o Enem não cobra gramática na prova de idiomas, é preciso ficar atento a esse vocabulário.
Sobre estes conteúdos, o especialista em Enem Mateus Prado afirma que eles podem ser cobrados em questões sobre a expressão artística e a identidade do povo por meio do corpo, como a capoeira. “Não precisa necessariamente estudar esses conteúdos”, diz Prado.
Segundo o especialista, a educação física é cobrada em questões que valorizam os exercícios, não pela beleza do corpo, mas no sentido da saúde. “Os modelos de beleza são construções da mídia e a prova do Enem deixa isso bem claro", aponta.
Sobre tecnologias da informação, Prado diz que a prova deve abordar as novas tecnologias, como o Twitter e outras redes sociais. Também deve aparecer uma questão sobre o futuro da imprensa, com a discussão sobre o "fim" dos jornais com a internet.