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Cientistas acham cópia mais antiga do Evangelho em múmia

Fragmento do Evangelho de São Marcos é considerado como o primeiro manuscrito do Novo Testamento

20 jan 2015 - 21h17
(atualizado em 21/1/2015 às 08h40)
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Papiro encontrado em múmia foi considerado o mais antigo trecho do Evangelho até hoje
Papiro encontrado em múmia foi considerado o mais antigo trecho do Evangelho até hoje
Foto: The Mirror / Reprodução

Um grupo de cientistas encontrou a cópia mais antiga do Evangelho em um papel papiro reutilizado para construir a máscara de uma múmia egípcia, revelou Craig Evans, doutor em Estudos Bíblicos e um dos responsáveis pela descoberta.

Trata-se de um fragmento do Evangelho de São Marcos, localizado há três anos e que, agora, especialistas da Universidade Evangelista de Acadia, no Canadá, consideram como o primeiro manuscrito do Novo Testamento da Bíblia de que se tem conhecimento.

Os cientistas acham que a origem do papiro remonta o primeiro século de nossa era, entre o ano 80 e 90 d.C., o que representa uma grande novidade. Até então, as cópias mais antigas datavam do século II depois de Cristo.

Os especialistas acreditam que alguém escreveu o fragmento de texto no papiro e, depois, outras pessoas reciclaram o material, muito caro na época, para elaborar a máscara funerária.

As máscaras de papel eram utilizadas pelas pessoas pobres do Egito, não tendo relação com as feitas em ouro e joias para cobrir os rostos dos grandes faraós, explicou Evans.

Acredita-se que São Marcos escreveu seu evangelho em Roma, acompanhado de São Pedro. Mas como a cópia viajou da atual capital italiana ao Egito? O caminho não é assim tão longo, garante o pesquisador.

"No Império Romano, o correio tinha a mesma velocidade de hoje em dia. Uma carta escrita em Roma pode ser lida no Egito semanas depois. Marcos escreveu seu evangelho no final dos anos 60 d.C, portanto, era possível encontrar uma cópia no Egito 20 anos depois", defende.

Para determinar a data dos papiros, os cientistas usaram uma técnica que permite descolar o papel das máscaras sem danificar a tinta. Dessa forma, os textos podem ser lidos com a mesma clareza.

Esse evangelho é uma das centenas de documentos que estão sendo analisados pela equipe de Evans, composta por mais de 30 especialistas.

"Estamos recuperando antigos documentos do primeiro, do segundo e do terceiro século depois de Cristo. Não só documentos bíblicos, mas também textos gregos clássicos ou cartas pessoais", explicou Evans, que revelou que alguns deles pertencem do poeta grego Homero, autor de grandes obras clássicas como "Ilíada" e "Odisseia".

No caso do fragmento do evangelho de São Marcos, foram analisadas também o design do projeto e as decorações da máscara, assim como o estilo da escrita e a datação do material, através do uso do isótopo carbono-14.

No final do ano, as descobertas serão divulgadas em uma revista especializada. Só então o público conhecerá qual o trecho do evangelho de São Marcos escondido nos papiros da máscara egípcia.

EFE   
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